Após dois meses sem registrar óbitos por Covid-19, o Acre registrou, nesta quinta-feira (1), duas mortes pela doença, fazendo o número de vítima fatais subir para 2.031. A última vez que o estado acreano havia registrado morte pela doença foi em 15 de setembro
A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), por meio do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), informa que foram registrados 248 novos casos de coronavírus nesta quinta. O número de infectados notificados é de 154.223 em todo o estado, desde o início da pandemia.
O Acre registra 361.048 notificações de contaminação pela doença, sendo que 206.795 casos foram descartados e 30 exames de RT-PCR aguardam análise do Laboratório Central de Saúde Pública do Acre (Lacen). Pelo menos 150.393 pessoas já receberam alta médica da doença.
Vítimas
Um homem de 96 anos, que deu entrada no Hospital Raimundo Chaar, em Brasileia no dia 29 de novembro deste ano e morreu na mesma data.
Um adolescente de 15 anos, que deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento da Via Verde no dia 29 de novembro e faleceu no dia 30, do mesmo mês. Ele tinha comorbidades como hidrocefalia e cardiopatia congênita. A Saúde não soube informar se ele era vacinado contra a Covid-19.
Novembro sem mortes
Diferente de outubro, em novembro o Acre registrou um salto significativo com relação aos casos novos de Covid-19. O levantamento do g1 leva em consideração os dados diários da Secretaria de Saúde do estado (Sesacre), que mostram que só em novembro foram 4.219 novos infectados pelo coronavírus, fazendo os casos da doença chegarem a 153.975. Já com relação a mortes, não houve registros, e o número de vítimas fatais pela doença continuou 2.029 em novembro.
O governo do Acre publicou, no dia 14 de outubro, um decreto que revogou a criação Pacto Acre Sem Covid, que determinava as regras e funcionamento do Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19 e, com isso, os boletins de casos novos da doença passaram a ser semanais. Porém, desde o dia 17 de novembro, isso mudou e, com o aumento dos casos, os informativos voltaram a ser diários.
Após aumento de casos de Covid no Acre, a Saúde voltou a recomendar uso de máscaras em locais fechados ou de aglomeração. A orientação foi divulgada no último dia 21, durante entrevista coletiva com representantes da pasta.
Os meses mais letais no Acre desde o início da pandemia foram março e abriu de 2021, quando foram registradas 254 e 267 mortes pela doença. Já este ano, o mês com maior número de mortes foi fevereiro, quando 100 pessoas foram vítimas da Covid. Foi também em fevereiro deste ano que houve o maior registros de casos novos da doença, chegando a 19.323 casos novos – o maior registro desde o início da pandemia.
A taxa de contaminação no estado é de 17.005 para cada 100 mil habitantes. Já a de letalidade está em 224 para cada 100 mil habitantes. O índice de letalidade está em 1,3%.
Vacinação no Acre
Das 841.771 pessoas aptas a tomar a primeira dose da vacina contra a Covid-19 no Acre, 145.152 ainda não tomaram o imunizante. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), que tem reforçado a campanha de vacinação após o estado acreano voltar a registrar casos da doença. Esse público varia de 3 a mais de 60 anos de idade.
O infectologista Eduardo Farias explica que a cobertura vacinal precisa ser ampliada para que a população esteja segura nesse momento de alerta por conta da confirmação em vários estados da subvariante BQ.1 do coronavírus. “Se você tem uma população bem vacinada, você tem o que a gente chama de uma boa barreira imunológica coletiva”, aponta.
O especialista ressalta que os cuidados preventivos adotados desde o início da pandemia seguem válidos para esse momento.
“Os protocolos que já são conhecidos e que estão sendo aplicados no Brasil e no mundo, são ainda muito eficazes e necessários nesse momento. O uso de máscaras, que sejam adequadas, cubram a boca, nariz e queixo, essas máscaras funcionam como barreiras físicas para o vírus, mas também [é importante] evitar aglomerações, evitar locais fechados, evitar também estar próximo de pessoas confirmadas com Covid, e acima de tudo a higienização das mãos com álcool em gel ou álcool 70%, ou até mesmo com água e sabão. São medidas simples, mas eficazes, e foram comprovadas.”, aponta.
Reforço é necessário
Para o epidemiologista Jesem Orellana da Fiocruz-Amazônia, o momento ainda requer atenção e recorrer às vacinas é a única forma de evitarmos alguns cenários que já foram registrados no estado, como leitos lotados e mortes pela doença.
“Manter o esquema vacinal completo é algo fundamental, principalmente quando estamos falando de uma doença como a Covid-19 que já matou milhões de pessoas pelo mundo. É hora de entender que essas vacinas não fazem mal, muito pelo contrário, elas protegem, e por elas saímos daquele cenário trágico que vivemos ao longo de 2020 e 2021”, destacou.
Com o aumento no número de casos da Covid-19 e o descobrimento de mais uma variante circulando no país, a Ômicron BQ.1, o epidemiologista reforça que a forma mais eficaz para evitar que a nova variante se espalhe no estado é a imunização
“Infelizmente a imunidade contra o novo coronavírus vai diminuindo ao longo do tempo. E, por isso, é necessário tomar uma, duas, três ou quantas doses de reforço forem necessárias. Sobre as variantes e subvariantes, principalmente da Ômicron, as vacinas continuam funcionando muito bem, independente de terem sido fabricadas com as informações das novas variantes”, completa Orellana.