25 abril 2024

Peruanos seguem cruzando a fronteira e único posto de combustíveis de Assis Brasil

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Um grande número de peruanos continua lotando o único posto de combustíveis de Assis Brasil, no interior do Acre, e provocando filas e desabastecimento. O prefeito do município, Jerry Correia, informou que em média uma centena de viajantes atravessam a fronteira diariamente em busca de abastecimento.

Os viajantes são, em maioria, da cidade de Iñapari, que faz fronteira com o município acreano, e começaram a recorrer ao Acre no dia 23 de janeiro, por conta da falta de produtos no Peru, em meio à crise política e confrontos entre manifestantes e a polícia. Na mesma semana, o prefeito Jerry Correia chegou a afirmar que a situação estava normalizada.

A situação tem causado desabastecimento temporário, e na manhã deste sábado (4), a cidade não tinha estoque para abastecimento de veículos.

“Todos os dias centenas de peruanos cruzam a fronteira com veículos e muitos galões. Praticamente todos os dias falta gasolina pela alta demanda, agora mesmo estamos sem. Mas a proprietária do único posto da cidade tem reposto o produto em algumas horas. Uma carreta com 60 mil litros é consumida em poucas horas”, ressalta Correia.

Outra questão que preocupa a administração do município é o transporte e revenda irregulares. A suspeita é que parte do grupo venha em busca de combustíveis no território acreano para depois vender no Peru com preço muito maior.

“A população local está um tanto revoltada por ter que esperar em longas filas, além de ficar sem o produto em determinado momento. Tenho informado tudo para Secretaria de Segurança do Estado, Também informamos à superintendência da PRF. Apenas dizem que estão acompanhando o caso e que equipes seriam mobilizadas para Assis Brasil. Porém até o momento não registramos isso. Estamos preocupados com o transporte irregular e também a venda ilegal”, aponta o prefeito.

Nós entramos em contato com a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp) e aguardamos posicionamento.

Marleuda Cavalcante Lopes, proprietária do único posto da cidade, explicou que a maior parte dos peruanos busca adquirir gasolina, e uma pequena porcentagem leva petróleo. A administradora também informou que para amenizar a situação, o estabelecimento tem limitado a quantidade de combustível por cliente.

“Estamos limitando cotas para atendimento, em função do volume procurado individualmente”, destaca.

Centenas de peruanos chegam ao município diariamente com veículos e galões — Foto: Arquivo pessoal

Centenas de peruanos chegam ao município diariamente com veículos e galões — Foto: Arquivo pessoal

Crise política

O Peru vive uma crise política desde o ano pasado. As manifestações começaram depois que o Congresso derrubou o presidente Pedro Castillo, no dia 7 de dezembro. Castillo foi preso e condenado a uma pena inicial de 18 meses.

Ainda quando era presidente, ele era investigado em diversos processos. Castillo, então, tentou dissolver o Congresso. Sem apoio do exército, do Judiciário e do Legislativo, ele foi derrubado e preso horas depois.

A vice-presidente, Dina Boluarte, assumiu o cargo.

Por g1/Ac

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