No Acre, o rendimento médio mensal real do trabalho das pessoas de 14 anos ou mais de idade, em 2022, foi de R$ 2.219, valor 2,7% em relação a 2021. Este valor ficou 16,6% abaixo do rendimento médio do Brasil (R$ 2.659). Nos últimos 10 anos, o maior valor do rendimento no Acre foi em 2012 (R$ 2.441), portanto, 10% acima do valor de 2022. Ainda em 2022, no ranking nacional, o Acre obteve a 16ª posição no Brasil e a 5ª posição na Região Norte, superando somente os estados do Amazonas, com um rendimento médio de R$ 1.988 e do Pará, cujo rendimento médio ficou em R$ 1.911 (o sexto pior do país). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua: Rendimento de todas as fontes 2022, divulgada pelo IBGE, no dia 11/05. Destaca-se na tabela a seguir os dados do Brasil e do Acre para os últimos 10 anos.
Já o Rendimento médio mensal real de toda a população residente, com rendimento que inclui não somente o rendimento do trabalho, mas os demais, incluindo os benefícios sociais como o bolsa família, ficou em RS 1.960, um aumento de 6,1% em relação ao valor de 2021 (R$ 1.847). Ainda em 2022, o valor do Acre ficou 22,6% abaixo do rendimento médio medido para o Brasil (R$ 2.533).
Para os últimos 10 anos, o maior valor médio foi alcançado também em 2012 (R$ 2.222), 11,8% acima do valor de 2022. No ranking, o rendimento médio do Acre ocupa a 17ª posição dentre os estados da federação e o 5º em relação à Região Norte, ficando a frende somente do Pará (R$1.862) e Amazonas (R$ 1.858). Destaca-se na tabela abaixo os valores médios para o Brasil e para o Acre nos últimos 10 anos.
Na mesma pesquisa, o IBGE esclarece que, ainda em 2021, mudanças na política de concessão do auxílio emergencial fizeram com que voltasse a aumentar o percentual dos domicílios acreanos, com alguém recebendo Bolsa Família (17,3%) e se reduzisse a proporção dos que recebem outros programas sociais (4,8%).
Em 2022, a interrupção do pagamento do auxílio emergencial e a criação do Auxílio Brasil ajudam a explicar parte do aumento percentual de domicílios recebendo este programa (30,2%) e a redução na categoria “Outros programas sociais” para 0,6%. Essas oscilações tão amplas podem indicar migrações para um benefício mais vantajoso durante a pandemia ou eventuais dificuldades dos informantes da pesquisa em identificar corretamente qual benefício recebiam.
Vemos na tabela acima que, em 2022, o Acre possuía quase o dobro do percentual dos domicílios que receberam rendimento do Bolsa Família no Brasil. Outro indicador da tabela é que a proporcionalidade de 2022 é quase igual à maior proporcionalidade dos últimos 10 anos, 30,3%, alcançada em 2017.
No ranking de domicílios que recebem Bolsa Família, o Acre ocupa a 11ª posição no país e o 3º maior em relação à Região Norte, ficando à frente somente do Amazonas (32,3%) e Pará (34,9%).
Cai a concentração dos rendimentos, porém, o nível continua elevado.
O índice de Gini é o instrumento utilizado pelo IBGE para medir a concentração dos rendimentos. O índice varia de 0 a 1. Quanto mais perto de 0, menor é a desigualdade.
No Acre, o índice, após crescer em 2021 (0,539), em 2022 caiu quase 3%, atingindo a marca de 0,523. O índice Brasil foi de 0,518, quase 1% menor que o do Acre. Ainda conforme o IBGE, em termos das Regiões do Brasil, o Nordeste manteve o maior índice de Gini em 2022 (0,517) e a região Sul, o menor (0,458). Entre 2021 e 2022, a desigualdade medida pelo Gini diminuiu em todas as regiões: no Nordeste (de 0,556 para 0,517), no Sudeste (0,533 para 0,505) e no Norte (0,528 para 0,509). No Sudeste (0,505) e no Centro-Oeste (0,493), os respectivos índices de Gini chegaram aos menores valores da série histórica.
O índice do Acre (0,523) mostra que o Acre é o 8º estado com maior desigualdade dos rendimentos na federação. Superado somente por: Rio Grande do Norte, Sergipe, Amapá, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Roraima e Paraíba. Nos últimos 10 anos, o valor do Índice de Gini do Acre de 2022 é o segundo menor da história, superado apenas pelo Gini de 2020 (0,515).
Por: AC24Horas