Foto: Gleison Luz
Pacientes que precisam da rede pública de saúde no Acre enfrentam um drama na espera por cirurgias eletivas, que são aquelas agendadas e que não têm tanta urgência. Segundo levantamento divulgado nessa terça-feira (23) pelo Ministério da Saúde, no estado acreano, a fila do Sistema Único de Saúde (SUS) para esse tipo de procedimento tem mais de 7,7 mil pessoas.
Conforme o Ministério da Saúde, essas cirurgias estavam suspensas em todo o país nos últimos anos porque a prioridade dos hospitais era atender a cirurgias de emergência e pacientes com sintomas mais graves da Covid-19. Com isso, a fila só foi crescendo ao longo do tempo.
No Acre, 7.777 pessoas precisam de uma cirurgia. Para tentar agilizar o serviço, o Ministério da Saúde liberou o repasse de R$ 850.258,80 ao estado acreano para realização, inicialmente, de 3.305 procedimentos, ou seja, 42,49% do total de pacientes que estão na fila de espera.
A Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) confirmou que o valor corresponde a primeira parcela do programa e já caiu na conta do Estado. “A primeira parcela de R$ 850 mil já foi liberada e está em execução com a realização dos mutirões. Até o final do ano, a previsão é de realizar mais 3.300 cirurgias eletivas com o uso do recurso”, disse em nota.
Além do Acre, 23 estados já aderiram ao programa. O programa do governo federal também prevê estratégias para garantir equipes cirúrgicas completas e melhorar o fluxo de atendimento em todo o Brasil.
Cada estado estabeleceu as cirurgias prioritárias, de acordo com a realidade local. Entre os procedimentos mais listados pelas unidades federativas, estão cirurgia de catarata, retirada da vesícula biliar, laqueadura, cirurgia de hérnia, vasectomia e retirada do útero.
A fila de cirurgias eletivas do sistema público de saúde, entre os estados que já aderiram ao Programa Nacional de Redução das Filas, chega a 924 mil procedimentos, segundo dados dos planos aprovados e enviados ao Ministério da Saúde.
Como funciona
O Plano Estadual de Redução das Filas deve ser elaborado pelos estados, por meio do formulário eletrônico disponível no Sistema de Apoio à Implementação de Políticas em Saúde (SAIPS) e enviado ao Ministério da Saúde para análise e aprovação.
O estado, em comum acordo com os municípios, deverá redigir o plano conforme a realidade local, além de considerar a diversidade das necessidades de acesso da população. Quando o plano estadual for aprovado e a portaria for publicada no Diário Oficial da União, o repasse será liberado com o valor previsto para estados e municípios.
O que dia a Saúde Estadual
A Secretaria Estadual de Saúde do Acre (Sesacre) informou que a fila de espera está acumulada de anos anteriores pela “falta de pessoal e estrutura”. E que o Estado tem investido na ampliação de leitos nas unidades estaduais, convênios com empresas terceirizadas e hospitais como a Santa Juliana para o aumento dos profissionais de saúde, serviços e especialidades cirúrgicas.
Entre as estratégias para redução da fila, segundo a Sesacre, está a descentralização dos serviços, ampliando a realização de cirurgias em hospitais regionais do interior, quando antes eram realizadas apenas em Rio Branco.
“Além das cirurgias de emergência e clínicas normalmente executadas no dia a dia, esta secretaria tem realizado mutirões nas principais regionais do estado que já somam um total de 4. 224 procedimentos realizados de janeiro até o dia 15 de maio. A maior demanda reprimida se concentra em cirurgias gerais, ginecológicas, ortopédicas e urológicas”, diz a Sesacre em nota.
Por: G1 – Acre.