26 novembro 2024

Mulher atropelada por caminhonete tinha medo de dirigir na rodovia em que foi morta no AC: ‘fazia trajeto todo dia’

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Eliandra Silva, de 25 anos, morreu na noite do último sábado (15) atropelada por uma caminhonete — Foto: Arquivo pessoal

A estudante Eliandra Silva de Lima, de 25 anos, tinha medo de dirigir na rodovia em que acabou morta na noite do último sábado (15), em Senador Guiomard, interior do Acre. Eliandra foi atropelada por uma caminhonete no quilômetro 36 da BR-317 e morreu no local.

O motorista do veículo não prestou assistência e fugiu do local. A Polícia Rodoviária Federal (PRF-AC) confirmou no domingo (16) que o condutor não tinha sido localizado.

Contudo, a família de Eliandra registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Flagrante (Defla) contra o dono da caminhonete, identificado como Emerson Luiz Moretto, de 47 anos. A família do condutor informou à Rede Amazônica Acre que ele está sem condições no momento de se manifestar sobre o acidente.

Testemunhas relataram aos familiares da vítima que reconheceram Moretto no local logo após a batida. A família também recebeu fotos que mostram garrafas de bebidas alcoólicas dentro do veículo.

“Ela andava no maior cuidado, e sempre falava que não tinha precisão do povo andar veloz (sic), chegava revoltada em casa quando esses caras de caminhonete passavam ligeiro por ela. Fazia o trajeto todos os dias. Todo mundo que conhece ela sabe. Ela saia e voltava no mesmo horário, vinha sempre às margens da BR, acho que nunca passou de 60 quilômetros, a gente sempre orientava ela porque tinha medo de carro e carretas”, disse Emerson Silva, irmão da vítima.

Motocicleta da vítima ficou totalmente destruída com a batida — Foto: Arquivo/PRF-AC

Motocicleta da vítima ficou totalmente destruída com a batida — Foto: Arquivo/PRF-AC

Mãe e padrasto abalados

Eliandra era a filha caçula de quatro irmãos e a única que ainda morava com a mãe e o padrasto, na Vila Pia, zona rural de Senador Guiomard. Era quem também cuidava dos familiares antes de ir para o trabalho. Todos os dias, Eliandra percorria 19 quilômetros de moto para chegar ao serviço em uma fazenda próximo à Vila Caquetá.

Ainda segundo o irmão, a estudante não costumava trabalhar aos sábados, contudo, no dia do acidente precisou ir até à fazenda fazer o registro de mercadoria. Ela foi atropelada quando estava voltando para casa após o expediente.

“Amava a profissão e estava muito feliz com o que estava fazendo. Minha mãe está muito abalada, ela ia todo dia e voltava para casa e era a pessoa que estava com ela. Eu morava em Porto Velho [RO], meus outros dois irmãos em Rio Branco, então, ela que convivia com minha mãe no dia a dia. Ela que dava os remédios cedo para a mãe, que auxiliava em tudo”, recorda.

Estudante do curso técnico de zootecnia, Eliandra sonhava também estudar agronomia na Ufac — Foto: Reprodução

Estudante do curso técnico de zootecnia, Eliandra sonhava também estudar agronomia na Ufac — Foto: Reprodução

Estudante do curso técnico em Zootecnia do Instituto Federal do Acre (Ifac), Eliandra adorava agropecuária e registrava a paixão em suas redes sociais. Emerson Silva revelou que a irmã estava na fila de espera do curso de agronomia da Universidade Federal do Acre (Ufac) e tinha o sonho de se formar na área.

O rapaz diz que a mãe e o padrasto estão muito abalados com a morte da estudante e que a família clama por justiça no momento. “Ela era competente demais nesse serviço. A pessoa tem que pagar, tem que ser responsabilizada porque assumiu o risco”, lamentou.

Via G1AC.

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