Em uma audiência de custódia realizada na cidade de Sena Madureira, nesta terça (25), uma mulher acusada de assassinar o esposo a facadas na última segunda-feira (24) foi libertada. A decisão do juiz veio após a acusada expor que vinha sofrendo anos de agressões físicas e psicológicas por parte do marido.
Segundo a mãe, a acusada sofria agressões constantes do marido e havia feito várias denúncias, mas nada era feito contra o agressor.
De acordo com a mãe, a violência perdurou por anos, e sua filha registrou diversos boletins de ocorrência em diferentes várias datas, buscando ajuda para escapar do ciclo de violência em que estava inserida. Entretanto, as medidas protetivas e denúncias não surtiram o efeito esperado para protegê-la de novas agressões.
A defesa da acusada argumentou que o homicídio foi um ato desesperado e motivado por anos de abusos que a vítima sofreu. Acredita-se que essa exposição dos fatos tenha influenciado na decisão do juiz em conceder a liberdade provisória à ré, considerando a legítima defesa da vítima em um contexto de violência doméstica continuada.
A mãe da acusada aproveitou a oportunidade para clamar às autoridades por medidas mais efetivas na proteção das mulheres vítimas de violência em Sena Madureira. Ela ressaltou a importância de uma atuação mais enérgica por parte do Estado e, especialmente, solicitou a criação de uma Delegacia da Mulher no município.
“Esse tipo de violência contra mulheres tem aumentado muito em Sena Madureira, e precisamos de um local especializado para acolher e atender as vítimas, onde elas se sintam seguras e amparadas”, declarou a mãe.
Vale ressaltar que a violência doméstica é um grave problema social que afeta milhões de mulheres em todo o mundo. No Brasil, existem leis específicas, como a Lei Maria da Penha, para proteger as vítimas e combater a violência de gênero. Contudo, o caso apresentado evidencia a necessidade contínua de aprimoramento e efetividade nas políticas públicas e nas respostas do sistema judiciário para garantir a segurança das vítimas.
É essencial que situações de violência doméstica sejam tratadas com a devida seriedade pelas autoridades competentes, garantindo o acompanhamento adequado das vítimas e a aplicação justa da lei para os agressores.