O advogado criminalista Romano Gouvea anunciou que irá recorrer da decisão do colegiado de magistrados que determinou a transferência de 14 detentos do Acre para presídios federais. Gouvea representa a defesa de dois dos presos e alega que direitos fundamentais não foram respeitados, enfatizando a falta de direito ao contraditório e ampla defesa para os envolvidos.
A transferência dos 14 detentos ocorreu na manhã da última quarta-feira, 27, durante uma mega operação das Forças de Segurança do Estado. O grupo de detentos transferidos é apontado em investigação como responsável pela rebelião que aconteceu em julho deste ano no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves, resultando em cinco mortes, sendo três delas por decapitação. A rebelião durou quase 24 horas e a maioria dos detentos é considerada como as principais lideranças de uma organização criminosa.
Os detentos transferidos foram identificados como Railan Silva dos Santos, Selmir da Silva Almeida, Cleydvar Alves de Oliveira, Manoel Moreira da Silva, Deibson Cabral Nascimento, Francisco Altevir da Silva, Bertônio da Silva Lessa, James Oliveira Bezerra, Rogério da Silva Mendonça, Paulo Roberto da Silva Campelo, Cleber da Silva Borges, José Ribamar Alves de Souza Filho, Rosenato da Silva Araújo e Gelcimar Pinto de Macedo.
Além disso, Romano Gouvea expressou preocupação sobre a eficácia dessa medida de transferência para presídios de segurança máxima, citando experiências anteriores em outros estados. Ele mencionou o caso do Rio de Janeiro, onde a transferência das supostas lideranças não resultou na diminuição da violência, mas, ao contrário, observou-se um aumento nos índices criminais.