De acordo com projeções da Abrace Energia, em 2023, os brasileiros estão previstos para arcar com aproximadamente R$ 10 bilhões a mais por mês em suas contas de luz para cobrir custos de tributos e subsídios. Considerando o ano todo, esse montante alcança R$ 119 bilhões.
O Brasil se destaca por possuir o maior custo residencial de energia elétrica em relação à renda per capita entre os 34 países pesquisados pela Agência Internacional de Energia, parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2022.
A Associação afirma que pouco mais da metade (60%) do valor da conta de luz está relacionada à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. O economista César Bergo explica que vários fatores influenciam o setor, como a utilização de termelétricas, que têm um custo de produção de energia mais elevado, o sistema de bandeiras tarifárias e a carga tributária.
Ele também destaca os subsídios dados a energias renováveis, a utilização de carvão mineral e mini e micro hidrelétricas. “Existem vários fatores em que você consegue subsídio, mas isso é repassado para o consumidor por meio da chamada conta de desenvolvimento energético. Há diversas questões relacionadas ao preço da energia, como em julho, quando terminou o subsídio fornecido pela energia de Itaipu. Isso impactou as contas dos consumidores e também contribuiu para o aumento da inflação”, informa Bergo.
Sistema de Bandeiras Tarifárias
O sistema de bandeiras tarifárias, criado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), sinaliza o custo real da energia elétrica gerada. O economista Fernando de Aquino destaca que o custo de produção varia de acordo com a forma de geração de energia. Ele explica que, em períodos mais secos, há uma diminuição na capacidade de geração de energia hidrelétrica, levando ao acionamento de usinas termelétricas, que geram energia mais cara, aumentando o custo para o consumidor.
Atualmente, em outubro, a bandeira tarifária é verde, indicando que não há necessidade de acionar usinas que geram energia mais cara, resultando em custo adicional zero para os consumidores. Entretanto, quando os custos aumentam, a Aneel pode acionar as bandeiras amarela e vermelha, impactando o valor final na conta de luz.
Dicas para Economizar
O economista César Bergo ressalta medidas básicas para economizar energia, como limitar o uso de chuveiro elétrico e ar-condicionado ao mínimo necessário e maximizar a utilização de luz natural durante as atividades diárias. Além disso, ele informa que é mais econômico usar energia fora dos horários de pico, cujos horários podem ser verificados na própria conta de luz.