4 dezembro 2024

Estudo revela contaminação de poços em Tarauacá e alerta para riscos à saúde pública

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Um estudo abrangendo 10 pontos residenciais em Tarauacá, interior do Acre, revelou a inadequação da água proveniente de poços para o consumo. Os locais de coleta, situados próximos ao Cemitério São João Batista, têm sido alvo de denúncias por possíveis práticas de crime ambiental, conforme apontado pelo Ministério Público do Acre (MP-AC).

Realizado pelo MP-AC, o estudo teve como objetivo fornecer informações adicionais para um processo em curso. Em dezembro do ano passado, o órgão instaurou um inquérito civil para investigar uma possível prática de crime ambiental pela Prefeitura de Tarauacá, relacionada à expansão da estrutura do referido cemitério.

O promotor envolvido no caso ressaltou que a prefeita Maria Lucineia Nery prosseguiu com o projeto de ampliação vertical do cemitério, mesmo após ser alertada de que não poderia fazê-lo sem a devida Licença Ambiental Única (LAU).

Essa diligência do MP foi motivada pela necessidade de conclusão de uma Ação Civil Pública em andamento, visando comprovar dano moral coletivo e exigindo a condenação do Poder Público Municipal a pagar R$ 100 mil. Além disso, a ação visava a defesa do meio ambiente e da comunidade de Tarauacá, buscando medidas para prevenir maior contaminação dos poços de abastecimento, alinhado ao princípio da prevenção em questões ambientais.

A pesquisa envolveu uma equipe da Unidade de Tecnologia de Alimentos (Utal) e confirmou a contaminação da água na região próxima ao cemitério.

O laudo revelou que todas as amostras coletadas apresentaram algum tipo de contaminação, em desacordo com a Portaria n° 888, de 04 de maio de 2021, do Ministério da Saúde, que estabelece padrões de potabilidade para água destinada ao consumo humano. Os parâmetros identificados nas amostras incluíam Coliformes Totais e Fecais, ferro, manganês, nitrato e turbidez.

Rodrigo Gomes de Souza, médico veterinário da Utal, destacou a relevância da parceria entre a Ufac e o MP-AC, alertando para o risco de contaminação da água subterrânea por patógenos provenientes de resíduos do cemitério São João Batista.

Ele ressaltou: “Esse fato representa um risco à saúde da população residente nas proximidades do cemitério, já que utilizam essa água para consumo, muitas vezes sem qualquer tipo de tratamento prévio.”

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