Israel e o grupo armado libanês Hezbollah trocaram tiros de artilharia e foguetes neste domingo (8), após o ataque mais mortal dos últimos anos promovido por militantes palestinos contra Israel.
Na véspera, o grupo extremista armado Hamas bombardeou Israel, afirmando se tratar do início de uma grande operação para a retomada do território. O conflito, que entrou hoje no 2º dia, já deixou mais de 900 mortos e milhares de feridos.
A escalada do ataque provocou temores de que um conflito mais amplo possa ser deflagrado entre Israel e outras facções que se opõem ao Estado judeu na região — incluindo o Hezbollah do Líbano, um partido armado apoiado pelo Irã que já entrou em conflito com Israel.
O Hezbollah já havia afirmado que tinha lançado foguetes teleguiados e artilharia contra três postos nas Fazendas Shebaa “em solidariedade” ao povo palestino.
O exército libanês disse que projéteis e foguetes foram lançados do sul do Líbano para o “território libanês ocupado”, sem dizer quem foi o responsável, e que o fogo israelense de retorno deixou várias pessoas feridas.
A declaração, publicada na rede social X, afirma que as unidades do exército haviam se posicionado ao longo da fronteira sul.
Israel tomou as Fazendas Shebaa, um pedaço de terra de 39 quilômetros quadrados, em 1967. Tanto Síria quanto Líbano afirmam que as fazendas Shebaa são libanesas.
As forças armadas israelenses ficaram em alerta máximo durante todo o domingo e disseram que dispararam artilharia em uma área do Líbano onde foi lançado fogo transfronteiriço.
A estação de televisão Channel 12 disse que as Forças de Defesa de Israel (IDF) dispararam um míssil Patriot sobre o norte de Israel.
A IDF disse que identificou um alvo descrito como “não sendo uma aeronave hostil” que se aproximava do território israelense “e lançou um interceptador em sua direção”.
Escalada dos ataques
Os militares de Israel também disseram que um de seus drones atingiu um posto do Hezbollah na área de Har Dov, uma área em Shebaa, e depois disparou um tiro de advertência contra vários “suspeitos” na área.
Uma fonte de segurança libanesa disse à Reuters que uma tenda montada pelo Hezbollah nas fazendas de Shebaa havia sido atingida e que os combatentes do Hezbollah haviam erguido uma nova.
Outras trocas de tiros ocorreram ao longo do dia, com duas fontes de segurança libanesas dizendo que foguetes disparados do Líbano atingiram novamente posições israelenses nas fazendas de Shebaa e que Israel respondeu com fogo de artilharia no vilarejo de Kfar Shouba.
A missão de manutenção da paz das Nações Unidas no sul do Líbano, conhecida como UNIFIL, disse ter “detectado vários foguetes disparados do sudeste do Líbano em direção ao território ocupado por Israel”, bem como disparos de artilharia de Israel contra o Líbano em resposta.
“Estamos em contato com as autoridades de ambos os lados da Linha Azul, em todos os níveis, para conter a situação e evitar uma escalada mais séria”, disse a porta-voz Andrea Tenenti.
A Linha Azul é a linha de demarcação entre o Líbano e Israel, marcando o ponto para o qual as forças israelenses se retiraram quando deixaram o sul do Líbano em 2000.
No sábado, a UNIFIL disse que havia reforçado sua presença no sul do Líbano após os acontecimentos em Israel e Gaza, incluindo suas operações para combater o lançamento de foguetes.
A coordenadora especial da ONU para o Líbano, Joanna Wronecka, disse na rede social X que estava “profundamente preocupada” com a troca de tiros e pediu às partes que “protegessem o Líbano e seu povo de mais conflitos”.
Segundo agências de notícias, militares israelenses teriam afirmado que ataques foram feitos contra o norte de Israel a partir do Líbano.
Esses novos bombardeios foram reivindicados pelo grupo armado Hezbollah, que afirmou ter disparado foguetes em “solidariedade” ao povo palestino.
Ainda no sábado (7), o Hezbollah anunciou apoio ao ataque promovido pelo Hamas contra Israel, afirmando estar em contato direto com líderes de grupos de resistência.
As forças armadas de Israel disseram que revidaram o ataque do Hezbollah e que um drone atingiu um posto do grupo na região da fronteira com o Líbano.
Além disso, as forças israelenses também afirmaram que continuam executando uma operação em oito áreas que ficam nos arredores da Faixa de Gaza, no sul do país. Um complexo, que seria usado pela inteligência do Hamas, foi bombardeado em Gaza.
O ataque do Hamas
Na manhã de sábado (7), o grupo armado islâmico Hamas bombardeou Israel, afirmando se tratar do início de uma grande operação para retomada do território.
Em comunicado divulgado recentemente, o Hamas afirmou que seus integrantes continuam engajados em “lutas ferozes” dentro de Israel.
O Gabinete de Segurança de Israel emitiu uma declaração oficial de guerra contra o Hamas neste domingo. A medida oficializa o que já havia sido anunciado por Netanyahu e permite que o governo mobilize mais reservistas e intensifique a resposta militar ao conflito.