23 outubro 2024

Expedição na nova guiné revela redescoberta de mamífero que põe ovos após 60 anos, além de novas espécies surpreendentes

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Uma expedição científica nas Montanhas Ciclope, localizadas na ilha da Nova Guiné, no sudoeste do Oceano Pacífico, alcançou um feito notável ao capturar as primeiras evidências fotográficas de um mamífero que põe ovos. Além dessa descoberta, a equipe encontrou dezenas de espécies de insetos inéditas, assim como novas espécies de aracnídeos, anfíbios fascinantes e até mesmo um camarão que reside em árvores.

O mamífero redescoberto foi batizado como “equidna de bico longo de Attenborough”, em homenagem ao renomado naturalista britânico David Attenborough. Com espinhos semelhantes aos de ouriço, focinho característico de tamanduá e patas que lembram as de uma toupeira, este mamífero, pouco menor que um gato doméstico, intrigou os pesquisadores.

Considerado criticamente ameaçado, o equidna foi considerado extinto por muitos anos, com o único registro científico anterior datando de 1961. A descoberta agora, nas Montanhas Ciclope, é crucial para entender a sobrevivência dessa espécie rara e valiosa para a biodiversidade.

Kristofer Helgen, mamologista e diretor do Australian Museum Research Institute, destaca a importância da redescoberta, chamando esses animais de “alguns dos mais especiais da Terra.”

As equidnas fazem parte dos monotremados, um grupo de mamíferos primitivos que inclui o ornitorrinco e outras três espécies de equidnas. Esses mamíferos, que divergiram dos ancestrais comuns há cerca de 200 milhões de anos, colocam ovos e amamentam seus filhotes através de poros na pele.

Além da redescoberta do equidna, a expedição revelou uma gama diversificada de vida, incluindo um camarão peculiar que habita árvores. Este crustáceo, um pouco maior que grãos de arroz, surpreendeu os pesquisadores com sua capacidade de saltar até um metro e meio no ar para evitar predadores.

Enquanto mais de 2.000 “espécies perdidas” em todo o mundo aguardam serem redescobertas, a proteção desses ecossistemas únicos torna-se imperativa diante das ameaças do desmatamento, exploração madeireira e mineração nas florestas tropicais circundantes às Montanhas Ciclope.

A chuva constante e o terreno desafiador tornaram a exploração dessas montanhas difícil, mas as 80 armadilhas fotográficas colocadas pela equipe resultaram em 14 fotografias e quatro vídeos das equidnas. Os resultados, já disponíveis no site bioRxiv, representam uma contribuição significativa para a compreensão e preservação da diversidade biológica única na região.

Por The New York Times — Porto Moresby

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