O Ministério da Saúde intensificou suas orientações e ações para combater o aumento de casos de dengue, zika e chikungunya, transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti, durante o período mais chuvoso no Brasil, que ocorre geralmente de novembro a maio. Até o final de outubro de 2023, o país já havia registrado mais de 1,6 milhão de casos prováveis de dengue, representando um aumento de 21,4% em comparação ao mesmo período de 2022.
As regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste foram as mais afetadas, com a notificação de aproximadamente 893 mil, 383 mil e 245 mil casos, respectivamente. Em contraste, as regiões Norte e Nordeste apresentaram menor incidência, com 32 mil e 103 mil casos, respectivamente.
O Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde destacou que os depósitos de água para consumo, como caixas d’água e tambores, representam 39,6% dos locais com larvas do Aedes. Em seguida, os vasos, garrafas, calhas, lajes e depósitos naturais, como bromélias, compõem 36,45% dos criadouros, enquanto pneus e resíduos removíveis correspondem a 23,95% dos pontos de reprodução.
O Ministério da Saúde lançou diversas iniciativas para conter a propagação do mosquito. Em março, foi instalado o Centro de Operações de Emergências (COE) Arboviroses, que coordenou ações integradas com estados e municípios. Investindo R$ 295 milhões em insumos, a Pasta distribuiu sorologia e exames de RT-PCR, além de lançar o Painel de Monitoramento das Arboviroses, de acesso público.
A campanha nacional de combate às arboviroses foi antecipada para maio, e mais de 9,5 mil profissionais de saúde foram capacitados via UNA-SUS. Houve também o início do processo de estratificação de risco intramunicipal em áreas prioritárias, visando a implementação de novas tecnologias de combate ao mosquito.
Esses esforços resultaram em uma queda expressiva de 97% no número de casos notificados de dengue entre abril e setembro. Na última semana epidemiológica registrada, de 27 de agosto a 02 de setembro, foram notificados apenas 3.254 casos de dengue, indicando uma significativa redução e a manutenção dos casos em patamares não epidêmicos.