24 novembro 2024

Acre registra 254 eventos climáticos extremos em 36 anos, indicando tendência crescente

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Um levantamento realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Acre (UFAC), em parceria com o Centro de Pesquisa Climática Woodwell, Universidade Estadual do Ceará (UECE) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), revela que eventos climáticos extremos que antes impactavam o Acre a cada cinco décadas agora ocorrem anualmente. A pesquisa abordou o período de 1987 a 2023, identificando 254 eventos extremos, incluindo incêndios florestais, inundações e crises hídricas.

Publicado na revista “Perspectives in Ecology and Conservation” sob o título “Extremos Climáticos na Amazônia: Aumento das Secas e Inundações no Estado Brasileiro do Acre”, o estudo destaca que 60% dos eventos foram incêndios florestais e queimadas em áreas desmatadas, 33% foram inundações e 6% crises hídricas. O impacto desses eventos é agravado pela ocorrência simultânea de vários deles em um mesmo ano.

A professora Sonaira Silva, pesquisadora da UFAC, alerta para a gravidade da situação, descrevendo-a como um “colapso de vários eventos ao mesmo tempo com vários danos de grande proporção”. O estudo detalha que, em média, seis municípios acreanos foram afetados por ano por crises hídricas, incêndios ou inundações.

O documento, que ampliou a documentação sobre eventos extremos na região, destaca 24 decretos municipais e estaduais de calamidade ou emergência pública emitidos entre 1997 e 2023. As cidades de Rio Branco e Cruzeiro do Sul registraram 14 e 21 eventos extremos, respectivamente, indicando um evento a cada dois anos a partir de 2005.

O estudo conclui que o Acre pode ser um dos estados brasileiros mais impactados por eventos climáticos extremos e destaca a necessidade urgente de implementar ações de adaptação em todo o estado. Os dados servem como alerta para a Amazônia como um todo, enfatizando a importância de estudos semelhantes para todos os estados da região e do Brasil, diante da crescente urgência de adaptação aos extremos climáticos.

Via ac24horas.

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