19 outubro 2024

Atlas da Violência revela mais de 3 mil homicídios em 10 anos no Acre, com 9% das vítimas sendo mulheres

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O estado do Acre registrou um total de mais de 3.1 mil homicídios entre os anos de 2011 e 2021, de acordo com o Atlas da Violência, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Embora tenha ocorrido uma redução de 32% nos casos de homicídios entre 2020 e 2021, o índice acumulado revela um aumento de 25% ao longo da última década.

Dos mais de 3.1 mil óbitos violentos registrados no estado durante esse período, 284 foram de mulheres, representando 9% do total de homicídios. O levantamento não especifica mortes classificadas como feminicídio, abrangendo, portanto, homicídios contra mulheres em geral.

Ao observar o histórico, em 2011 foram registrados 18 homicídios de mulheres, um número que aumentou para 28 em 2021, sendo 2018 o ano com o maior índice, contabilizando 35 casos. Os demais 91% dos homicídios, totalizando 2,884 casos, referem-se a vítimas do sexo masculino, com o pico em 2017, quando 481 homens foram assassinados.

Considerando a última década, o Acre acumulou 3,177 homicídios, começando com 164 em 2011 e atingindo 205 em 2021. Entretanto, entre 2020 e 2021, houve uma redução de 32%.

Acre teve terceira maior variação nas mortes violentas intencionais de indígenas — Foto: Reprodução/Cartografias da Violência na Amazônia

Outro dado preocupante é o registro de 2,633 homicídios de pessoas negras no mesmo período, com a maioria (2,406 casos) sendo homens e 227 mulheres. O estado também teve um aumento nas mortes violentas intencionais entre 2021 e 2022, passando de 194 para 237 casos, representando um crescimento de 22%. A taxa de mortes a cada 100 mil habitantes atingiu 28,6 em 2022, acima da média nacional de 23,3 mortes.

O relatório “Cartografias da Violência na Amazônia” destacou que o Acre ocupou o oitavo lugar regional no índice de mortes violentas intencionais a cada 100 mil habitantes. A pequena redução nos casos de feminicídio entre 2021 e 2022 colocou o estado na segunda posição proporcional, com 2,7 mortes a cada 100 mil habitantes, superando a média da Amazônia Legal de 1,8 mortes.

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