A COP 28, cúpula do clima da ONU realizada em Dubai, fez história ao anunciar, no primeiro dia, a destinação de aproximadamente US$ 420 milhões para apoiar países impactados pelo aquecimento global. Apesar de considerada uma decisão histórica, especialistas alertam que o montante é modesto diante das necessidades prementes dos países mais pobres.
Dentre os principais contribuintes, destacam-se os 246 milhões de dólares da União Europeia, 100 milhões dos Emirados Árabes Unidos e 17,5 milhões dos Estados Unidos. O anúncio foi aplaudido pelos representantes dos quase 200 países participantes da conferência.
A destinação dos fundos para o “Fundo de Perdas e Danos” concretiza o principal resultado da COP 27, realizada no Egito em 2023, onde a criação do fundo foi aprovada, mas seus detalhes não foram definidos. A medida foi elogiada como um passo crucial para a justiça climática.
Embora tenha sido saudada como uma decisão histórica, críticos, incluindo Madeleine Diouf Sarr, presidente do grupo de países menos desenvolvidos, destacam que o valor ainda é insuficiente diante da crescente crise climática. A diretora global do PNUD para o Clima, Cassie Flynn, ressalta que há incertezas sobre o impacto da iniciativa e a necessidade de passos adicionais.
O fundo, gerenciado pelo Banco Mundial, enfrenta resistência de países em desenvolvimento devido à histórica dependência de mecanismos que proporcionam maior independência. Questões como o replanejamento financeiro e a hospedagem no Banco Mundial ainda precisam ser abordadas nos detalhes operacionais do fundo.
Além do fundo de perdas e danos, a COP continuará as discussões sobre o balanço global, examinando o cumprimento das metas estabelecidas pelo Acordo de Paris, e a eliminação gradual ou total dos combustíveis fósseis. A cúpula de líderes também promete apresentar propostas ambiciosas, incluindo um novo mecanismo de captação de recursos pelo governo brasileiro.
A COP 28 começou com um anúncio histórico, mas as expectativas para os próximos passos e a eficácia do fundo permanecem em pauta. A busca por soluções concretas para a crise climática continua, e as negociações em Dubai determinarão o impacto real dessa iniciativa na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
