Um incidente de violência chocou a equipe do Hospital João Câncio Fernandes em Sena Madureira, onde um técnico em enfermagem foi agredido por um monitorado com tornozeleira eletrônica. O profissional, que preferiu não se identificar por receio de represálias, mostrou os hematomas causados pelo agressor e relatou sua versão dos fatos.
O tumulto ocorreu na noite da última segunda-feira (18), quando o monitorado foi informado de que apenas uma pessoa poderia acompanhá-lo na ala de observação, em conformidade com as normas da unidade de saúde. A restrição de acompanhantes levou o indivíduo a se tornar agressivo, culminando em uma série de ataques físicos.
O técnico em enfermagem, ao tentar conter a situação, foi vítima de uma mordida na altura do peito e arranhões no rosto. Um vigilante da unidade interveio para controlar o agressor, que tentou tomar a arma do vigilante e chegou a utilizar uma cadeira como arma.
O servidor agredido, em depoimento à imprensa, afirmou que o monitorado chegou ao hospital pela manhã para receber atendimento, ficando em observação devido a um ferimento. O incidente ocorreu horas depois, quando a equipe comunicou as normas de acompanhamento, desencadeando a reação violenta.
O profissional destacou que não houve qualquer forma de discriminação ou preconceito durante o atendimento, ressaltando que a unidade segue protocolos de segurança ao atender reeducandos.
Em solidariedade ao técnico em enfermagem, a gerência geral da unidade e o conselho estadual de enfermagem emitiram notas de repúdio à agressão e reforçaram a necessidade de garantir mais segurança aos profissionais de saúde.
Surpreendentemente, o agressor foi posto em liberdade mesmo após o ocorrido, o que gerou perplexidade ao servidor agredido. O técnico em enfermagem registrou um boletim de ocorrência na delegacia local, solicitando medidas para assegurar a segurança dos profissionais de saúde no exercício de suas funções.
Este episódio reacende a discussão sobre a segurança nos hospitais e a necessidade de medidas mais efetivas para proteger os profissionais que trabalham incansavelmente para prestar cuidados de saúde à população, independentemente das circunstâncias.