6 maio 2024

Copom decide redução dos juros básicos da economia para 11,25% ao ano

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira (31) uma redução na taxa básica de juros, a Selic. Apesar da recente valorização do dólar e dos juros em alta nos Estados Unidos, o órgão optou por cortar a Selic, que estava em 11,75% ao ano, para 11,25% ao ano. Este é o quinto corte desde agosto, quando o ciclo de aperto monetário foi interrompido pela autoridade monetária.

Nos comunicados das últimas reuniões, o Copom havia indicado que os diretores do BC e o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, estavam unanimemente prevendo cortes de 0,5 ponto percentual nos próximos encontros.

De acordo com a edição mais recente do boletim Focus, uma pesquisa semanal com analistas de mercado, a expectativa se confirmou, com a taxa básica realmente caindo 0,5 ponto percentual. O mercado financeiro estima que a Selic encerre o ano em 9% ao ano. O anúncio oficial da decisão foi feito pelo Copom ao final do dia.

Inflação Na ata da última reunião, realizada em dezembro, o Copom demonstrou preocupação com as contas públicas. O colegiado também apontou riscos de um eventual repique do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial.

O Copom avaliou que parte da incerteza observada nos mercados, com reflexo nas expectativas de inflação, estava relacionada à capacidade do governo de implementar medidas de receita e despesas compatíveis com o arcabouço fiscal. No cenário internacional, a perspectiva de aumento dos juros nos Estados Unidos e as tensões entre Israel e o grupo palestino Hamas dificultam a tarefa do BC de manter os juros em queda por um longo período.

Segundo o último boletim Focus, a estimativa de inflação para 2024 caiu de 3,86% para 3,81%. Esse índice está dentro do intervalo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% para este ano, podendo chegar a 4,5% devido ao intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em dezembro, impulsionado pelos alimentos e bebidas, o IPCA registrou uma alta de 0,56%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo com a pressão dos combustíveis, o indicador permaneceu dentro das expectativas do boletim Focus. Com esse resultado, o indicador acumulou uma alta de 4,62% em 2023.

Taxa Selic A taxa básica de juros é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), além de servir de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Diariamente, o BC atua por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima do valor definido na reunião.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a intenção é conter a demanda aquecida, o que tem reflexos nos preços, uma vez que os juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. Dessa forma, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. No entanto, além da Selic, os bancos levam em consideração outros fatores na definição dos juros cobrados dos consumidores, como o risco de inadimplência, o lucro e as despesas administrativas.

Ao reduzir a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, estimulando a produção e o consumo, o que por sua vez reduz o controle da inflação e impulsiona a atividade econômica.

O Copom se reúne a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são realizadas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial, bem como o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, composto pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

Meta Para 2024, a meta de inflação a ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso significa que o limite inferior é de 1,5% e o superior é de 4,5%. Para 2025 e 2026, as metas também são de 3% para ambos os anos, com o mesmo intervalo de tolerância.

No último Relatório de Inflação, divulgado no final de dezembro pelo Banco Central, a autoridade monetária manteve a previsão de que o IPCA encerre 2024 em 3,5%, dentro da meta de inflação. O próximo relatório será divulgado no final de março.

Via Agência Brasil.

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