Renata Carvalho, renomada atriz, dramaturga e diretora, enfatiza a importância da representatividade trans no cenário artístico como um catalisador para a diminuição do preconceito. Com uma carreira que abrange 23 anos de lutas e conquistas, Renata destaca como a arte pode ser um poderoso instrumento de transformação social.
Em sua trajetória, Renata protagonizou o espetáculo “Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu”, uma adaptação brasileira do texto de Jo Clifford, no qual interpretou Jesus Cristo, despertando debates e enfrentando diversas formas de censura e ataques. Para ela, a reação negativa evidenciou a resistência de parte da sociedade em aceitar a presença trans em papéis de destaque, confrontando preconceitos arraigados.
“A representatividade faz com que as pessoas não trans, ou seja, cisgêneros, convivam com nossos corpos. E no convívio diário, cotidiano, nós vamos conseguir ter a nítida percepção da igualdade. Quando nós temos essa percepção da igualdade, conseguimos naturalizar a presença dos corpos trans nos espaços e, assim, restituímos a humanidade desses corpos”, destaca Renata.
Além de suas contribuições no campo artístico, Renata é fundadora do Movimento Nacional de Artistas Trans (Monart) e criadora do Manifesto Representatividade Trans Já, Diga Sim ao Talento Trans, visando à inclusão, profissionalização e representatividade coletiva de artistas trans nos espaços de atuação e criação, bem como o fim do chamado “transfake”.
Em um momento de reflexão e renovação, Renata planeja uma “pausa dramática” para se dedicar à faculdade, à escrita e ao audiovisual, sem, no entanto, abandonar os palcos. Seu legado na arte e sua luta por visibilidade trans continuam a inspirar e a desafiar os padrões estabelecidos na sociedade.
Via Agência Brasil.