A família de uma menina de um ano e quatro meses está acusando uma creche particular na Rocinha, comunidade da zona sul do Rio de Janeiro, de omissão de socorro. A criança foi vítima de agressões por parte de outras crianças na unidade escolar, conforme registrado pelas câmeras de segurança. As imagens também mostram o momento em que uma monitora passa pela sala de aula e não verifica se todas as crianças estão bem.
“A agressão à minha filha ocorreu entre 11h57 e 12h04. Foram sete minutos de crueldade com minha filha, sabe? Com tapas, socos, chutes, empurrões, mordidas, enforcamento, jogando-a no chão… E o pior é ver o cuidador entrar e sair da sala sem fazer nada. E quando o cuidador sai novamente, minha filha continua sendo espancada”, relatou o pai da criança, Tiago dos Santos Angeli Junior.
De acordo com o pai, aproximadamente seis meses atrás, a criança, que é filha única, começou a frequentar a escola localizada no interior da comunidade. Na última sexta-feira (23), a família recebeu uma ligação por volta das 15 horas. A diretora, Juliana Marçal, teria informado que a bebê estava com “um arranhão”. Como a mãe está com dengue, a avó foi buscar a criança. Ao chegar em casa, a família percebeu os diversos hematomas pelo corpo da menina.
“A minha filha está cheia de hematomas, mas por que você não nos avisou na hora, né? Por que você… Não buscou assistência médica? Por que você não informou os pais? Sabe, nos avisou às três da tarde. Ou seja, depois de não sei quanto tempo, o que aconteceu nesse período? (…) Muita irresponsabilidade, muita imprudência, sabe?”, questionou o pai, indignado.
Tiago então deixou seu trabalho e foi até a creche. Ele relata que a diretora impediu sua entrada, mas informou que a monitora foi demitida. O pai acusa a escola de omissão de socorro.
Nas redes sociais, a família compartilhou informações sobre o ocorrido, gerando indignação entre os usuários. “Eu seria preso facilmente se fizessem isso com a minha filha”, comentou um rapaz. “Eu acabava com a pessoa responsável com minhas próprias mãos”, afirmou uma moça.
Diante da gravidade do ocorrido, a família procurou a polícia e o caso foi registrado na Delegacia da Rocinha (11ª DP), que está investigando o ocorrido. A Polícia Civil afirmou que diligências estão em andamento para esclarecer os fatos.
Em nota, o Centro de Estudos Marçal lamentou o ocorrido e afirmou que os fatos estão sendo investigados pelas autoridades competentes. A direção da escola também se colocou à disposição da Justiça e está colaborando com as investigações.
Via CNN Brasil.