Com o agravamento da situação crítica que aflige Brasiléia desde quarta-feira, 14 de fevereiro, após uma enxurrada de chuvas devastadoras, a cidade encontra-se em um estado de emergência. Segundo relatos da Defesa Civil Municipal, quase mil pessoas em comunidades rurais estão agora em condições de isolamento devido à destruição de pontes, estouro de redes de bueiros e danos em ramais, especialmente na Reserva Extrativista Chico Mendes.
De acordo com levantamentos da Secretaria de Obras, aproximadamente 22 pontes nessas localidades foram completamente ou parcialmente destruídas devido ao volume extraordinário de chuvas.
Além disso, a população enfrenta a quarta inundação em 11 anos e está enfrentando o isolamento devido à interdição da única ponte que a conecta ao restante do Brasil. A Ponte Metálica José Augusto, que também é o único acesso ao município vizinho de Epitaciolândia, encontra-se intransitável.
Diante deste cenário desolador, a Prefeita Fernanda Hassem decretou Situação de Emergência no sábado, 14, e aguarda o reconhecimento da Defesa Civil Nacional e do Governo Federal para possibilitar a implementação de ações de socorro e assistência às vítimas deste desastre natural.
Com quase quatro mil pessoas afetadas tanto na zona rural quanto na urbana, sendo 1500 delas alojadas em 10 abrigos providenciados pela prefeitura, além de um abrigo especial para mais de 138 indígenas, a situação é crítica.
Até às 22h deste domingo, o nível do rio que inundou a cidade ultrapassou os 13 metros, enquanto a cota de alerta é de 9,80 metros e a de transbordamento é de 11,40 metros.
Com uma população de aproximadamente 28 mil habitantes, Brasiléia depende amplamente de repasses do governo federal para sua subsistência.
Diante desta situação alarmante, a Defesa Civil Municipal está apelando à Bancada Federal acreana, ao governo estadual, ao governo federal, a empresários e a todos aqueles que possam ajudar, para que contribuam com esforços em prol de Brasiléia.
Com o risco iminente de uma crise humanitária, a cidade se vê à beira do isolamento completo devido à elevação contínua do rio. Com a previsão de atingir a cota de 13,85 metros até amanhã, a ponte José Augusto, única via terrestre de acesso ao município, corre o risco de ficar comprometida, deixando milhares de residentes em uma situação extremamente precária.
A prefeita Fernanda Hassem fez um apelo aos representantes políticos, aos governos federal e estadual, e às instituições responsáveis, expressando sua gratidão às Forças Armadas e às autoridades locais pelos esforços já realizados, mas ressaltou a urgência de mais apoio diante da gravidade da situação.
Diante deste cenário angustiante, é imperativo que medidas adicionais sejam tomadas para garantir a segurança e o bem-estar da população de Brasiléia, que enfrenta uma das piores crises de sua história recente.