O movimento de despavimentação está ganhando força em várias cidades ao redor do mundo, com o objetivo de substituir o máximo possível de concreto, asfalto e outras estruturas urbanas por áreas verdes e naturais. Este movimento visa não apenas melhorar a estética das cidades, mas também promover benefícios ambientais significativos.
Em Portland, nos Estados Unidos, a organização sem fins lucrativos Depave lidera iniciativas de despavimentação desde 2008. Esses projetos são realizados por voluntários, como Katherine Rose, que dedicam seu tempo para remover concreto e permitir que a natureza volte a florescer nas áreas urbanas. Rose descreve o processo como “libertador”, já que a água da chuva pode ser absorvida pelo solo, evitando inundações e permitindo o crescimento de plantas e árvores.
Outra organização, a Green Venture, em Ontário, Canadá, também está inspirada nos esforços de despavimentação de Portland. Eles têm trabalhado para transformar espaços urbanos em áreas verdes, melhorando a qualidade de vida dos moradores e reduzindo os riscos de inundações causadas por superfícies impermeáveis, como o concreto.
Esses projetos não apenas beneficiam o meio ambiente, mas também têm impactos positivos na saúde mental das pessoas. O aumento das áreas verdes proporciona locais de lazer e relaxamento, além de criar habitats para a vida selvagem.
Embora os esforços de voluntários sejam louváveis, especialistas apontam que a despavimentação precisa ser uma iniciativa mais ampla, envolvendo investimentos e políticas públicas. Em muitas partes do mundo, essa prática ainda é vista como marginal, mas cidades como Leuven, na Bélgica, estão abraçando a despavimentação em grande escala como parte de sua estratégia de adaptação às mudanças climáticas.
A despavimentação não é apenas uma questão de estética urbana, mas uma necessidade para criar cidades mais sustentáveis, resilientes e saudáveis para todos. O apoio da comunidade e o engajamento das autoridades municipais são essenciais para impulsionar essa transformação e tornar as cidades mais verdes e habitáveis no futuro.
Via Terra.