À véspera de completar um mês das buscas pelos detentos Rogério da Silva Mendonça, de 36 anos, e Deibson Cabral Nascimento, de 34 anos, que escaparam do Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, uma das apostas da força-tarefa agora é no trabalho de cães farejadores com atuação reconhecida em seus estados. Isso porque, como afirmou nesta quarta-feira o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, há convicção de que os procurados estejam ainda num perímetro próximo à penitenciária.
Ao todo, a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) solicitou nos últimos dias 12 cães de faro aos estados do Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Maranhão e Ceará, além da própria polícia penal do Rio Grande do Norte. Sete cães já trabalham junto à força-tarefa e auxiliam nas buscas.
Um desses cães, por exemplo, é o Fúria, do Mato Grosso. O pastor-belga é considerado pela polícia local como “um especialista em farejamento e recaptura humana” e, segundo as autoridades, já participou de uma ação de recaptura a fugitivos do Presídio de Água Boa, que fica a 650 km de Cuiabá, no ano passado.
Com a convicção de que os fugitivos estão ainda num raio de distância curto, o trabalho da “matilha”, a partir do cheiro de roupas e objetos, sobretudo os roubados por eles em casas de moradores da região, podem ajudar de forma decisiva no entendimento da Senappen e das forças de segurança que trabalham na operação.
— Temos hoje convicção de que eles se encontram na região ainda. No dia 2 de março foram avistados. E no dia 12 de março houve rastreamento positivo, que foi feito a partir da constatação de que cães de determinada casa ficaram bastante agitados — afirmou Lewandoswki nesta quarta.
Segundo o ministro, cerca de 500 agentes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional estão mobilizados nas buscas. A preocupação também é com a segurança da população local.
— A estratégia será mantida e ela está sendo aperfeiçoada. A investigação é sofisticada: estamos localizando toda a rede de apoio. O custo da operação é elevado, mas é necessário. Não apenas para a recaptura de dois criminosos perigosos. Mas não podemos deixar a população local desamparada. Enquanto esse risco não se dissipar, manteremos o efetivo — disse o ministro.
VIA O GLOBO