Na tarde da última quarta-feira, 6 de março, a cidade de Xapuri testemunhou um cenário de emoção e tristeza, especialmente para duas famílias, em meio à segunda maior cheia já registrada do Rio Acre, a 182 km de Rio Branco.
Populares capturaram imagens que retratam a destruição deixada pela enchente na rua Major Salinas, uma das áreas mais tradicionais da cidade. Uma das imagens mais comoventes mostra os destroços de uma residência que desabou completamente.
José Ribamar Ferreira da Silva, um seringueiro aposentado de 65 anos, é o proprietário de uma das casas devastadas pelo desmoronamento do barranco. Ele compartilhou seus sentimentos, dizendo ao site ac24horas que viveu no local com sua esposa por oito anos.
“É uma sensação de muita tristeza e desesperança no futuro, pois com a idade que nós temos e sem ter para onde ir é uma condição muito difícil, mas acreditamos em Deus, estamos sendo bem atendidos pela Defesa Civil e esse é o nosso consolo”, expressou.
Izaque Pereira da Silva, também de 65 anos e seringueiro aposentado, é o dono da casa de alvenaria que aparece desmoronando no vídeo. Embora divorciado, ele costumava receber seus filhos na residência.
“Não podemos ir contra a vontade de Deus, contra a natureza, mas é um sentimento muito ruim a gente ver o único bem, que é a casa de moradia, ir embora assim. Tenho esperança que encontrarei uma nova casa com o aluguel social”, afirmou.
José Ribamar e Izaque fazem parte de um grupo de mais de 14 famílias que não têm para onde voltar devido ao desmoronamento de suas casas ou à interdição pela Defesa Civil.
O coordenador da Defesa Civil Municipal de Xapuri, Josué Ferreira, relatou que essas 14 famílias serão assistidas pelo aluguel social, pois as novas construções não poderão ocorrer nos mesmos locais, todos considerados de risco.
