26 novembro 2024

Diplomacia de Israel fala em retomar negociações, mas mantém crítica a Lula

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Representante da diplomacia de Israel, Jonathan Peled afirmou hoje que o governo local está disposto a “restaurar as relações com o Brasil”, abaladas após declarações do presidente Lula.
O que aconteceu
O diplomata disse que o momento é de retomar as negociações como eram antes. Vice-diretor da divisão de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Peled ressaltou que os países não romperam relações. “Nós queremos soluções diplomáticas”, afirmou, em um encontro com diplomatas na sede do Ministério das Relações Exteriores, em Jerusalém

Peled criticou as falas de Lula, que comparou ao Holocausto os ataques de Israel contra os palestinos. “Quando há uma declaração antissemita como a do presidente Lula ou quando nossa existência é posta em questão, trata-se de uma linha vermelha”, disse Peled, em referência à declaração dada pelo brasileiro no mês passado.

“Estamos tentando acalmar as coisas, esperamos que o lado brasileiro também”, acrescentou. “Palavras e declarações têm consequências.”

“Comparar atividades de Israel aos nazistas de Hitler, para nós, é uma declaração inaceitável”, afirmou o diplomata. No dia 19 de fevereiro, o ministro das relações exteriores, Israel Katz, declarou Lula como “persona non-grata”.

Peled também destacou que a fala de Lula “não é uma posição de todos os brasileiros”. “Vemos na opinião pública, no Congresso, nos governantes, então sabemos que não é uma posição de todos os brasileiros, mas uma posição que fazemos oposição e condenamos.”

Diplomata disse que a fala de Lula ocorreu após “colaboração para a retirada de cidadãos brasileiros” de Israel e a Faixa de Gaza. “O que recebemos em troca? Declarações antissemitas do presidente Lula”, disse Peled. O diplomata mencionou que o brasileiro Michel Nisembaum, 59, ainda é mantido refém pelo Hamas.

Críticas aos presidentes de Colômbia e Chile. Peled citou também outros líderes latino-americanos, como o da Colômbia, Gustavo Petro, e o Chile, Gabriel Boric. Segundo o diplomata, eles também têm falas antissemitas.

Uma potência regional, talvez uma potência global, não pode desempenhar o papel de tomar partido contra qualquer dos lados. Se você isola Israel ou aposta contra Israel, não pode se considerar uma potência regional ou global que possa ter qualquer papel de negociação ou intermediação.
Jonathan Peled, vice-diretor da divisão de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores de Israel

*A jornalista está em Jerusalém, Israel, a convite da ONG StandWithUs Brasil.

VIA UOL

Veja Mais