Durante uma reunião dos chefes das Forças Armadas após o segundo turno das eleições presidenciais de 2022, o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, teria ameaçado prender o ex-presidente Jair Bolsonaro caso ele atentasse contra o regime democrático. O relato sobre essa advertência foi feito pelo tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica, em seu depoimento à Polícia Federal (PF).
Segundo Baptista Junior, Bolsonaro teria mencionado a possibilidade de utilizar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ou o Estado de Defesa para lidar com uma suposta “crise institucional”. Nesse contexto, o então ministro da Justiça, Anderson Torres, teria discutido os aspectos jurídicos que poderiam dar suporte a essas medidas.
No entanto, o ex-comandante da Aeronáutica teria alertado Bolsonaro de que não haveria possibilidade de ele permanecer no cargo após a derrota nas eleições de outubro de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Baptista Junior também teria reiterado que não aceitaria uma ruptura institucional.
Esses detalhes foram revelados após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de retirar o sigilo das oitivas relacionadas ao caso.
