25 novembro 2024

Escola do Acre serve merenda com carne estragada; vídeo revela condições alarmantes

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Um vídeo chocante gravado na cozinha da Escola Jornalista Armando Nogueira, em Rio Branco, revelou condições alarmantes da carne utilizada na merenda dos alunos. Nas imagens, uma servidora denuncia a presença de carne estragada e de pelanca no estoque destinado à preparação das refeições escolares.

“Nossas condições de trabalho são essas. A carne que chega para a escola é desse jeito. Não é só hoje, é sempre assim”, lamenta a servidora no vídeo.

A Secretaria de Educação, Cultura e Esportes anunciou que a diretora da escola foi afastada e que um processo administrativo interno foi iniciado para investigar a denúncia sobre a qualidade da carne fornecida à instituição de ensino.

A denúncia foi feita por uma avó de uma aluna, que ressaltou a gravidade da situação, relatando que diversas queixas sobre a qualidade da merenda já haviam sido feitas anteriormente, mas sem resultado prático.

“Minha neta muitas vezes fica com fome e chora quando chega em casa. Não há lanche para comprar, pois proibiram a venda de salgados fora da escola. Ela começará a levar marmita de casa”, desabafa a parente.

Ainda mais preocupante, outro vídeo enviado pela denunciante mostra a situação precária dos banheiros da escola, com problemas no vaso sanitário e falta de iluminação.

A gestora da escola explicou em áudios enviados aos pais que a carne chega congelada e é entregue à equipe, sendo que a Secretaria de Educação era informada sobre a qualidade do produto. Ela afirmou que a prática era relatar a quantidade de pelanca para que o fornecedor pudesse substituir a carne de má qualidade.

Diante da repercussão, a escola divulgou uma nota destacando que documentos foram enviados à Secretaria de Educação relatando os problemas com a carne e o arroz utilizados na merenda, esperando que providências fossem tomadas.

Veja nota na íntegra da Escola Armando Nogueira
Escola Jornalista Armando Nogueira vem a público esclarecer acerca da denúncia sobre a qualidade da carne.

1. A carne chega congelada, impossibilitando a verificação imediata da sua qualidade.

2. Se o gestor se recusar a receber uma carne congelada por “suspeita” de má qualidade, essa não será reposta imediatamente, gerando assim, falta do alimento previsto no cardápio para os alunos.

3. A gestora não recebeu qualquer resultado oficial da sindicância instaurada por servir um prato de comida aos funcionários de uma escola em tempo integral. Ressaltamos que desde 2017 foi adotado esse procedimento nas escolas integrais, pois os funcionários cuidam dos estudantes e fazem pedagogia da presença no almoço.

4. Serão todos os gestores culpabilizados pela merenda de má qualidade que vem sendo entregue nas escolas? E todos aceitarão essa culpa?

5. Tal fato foi reportado à Secretaria (temos documentos comprovando). Após ser reportado que tanto a carne quanto o arroz não estavam com boa qualidade, não deveriam ter sido tomadas as providências junto aos fornecedores? Porque não tomar uma atitude e sempre culpabilizar os gestores por algo que já deveria ter sido resolvido junto ao fornecedor?

6. A Escola se coloca a disposição da imprensa para eventuais esclarecimentos.

Nota na íntegra da SEE
A Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (SEE), a respeito da qualidade da carne fornecida aos alunos da escola de ensino integral Armando Nogueira, vem esclarecer que:

A responsabilidade do recebimento da carne e da verificação da qualidade é da gestão da escola, de acordo com o contrato.

À Secretaria de Educação cabe licitar, indicando as especificações, priorizando sempre a qualidade do alimento que deseja receber, e pagar pelo produto que solicitou.

Assim sendo, se está chegando outro tipo de carne que não o licitado pela SEE, cabe à equipe gestora informar e, inclusive, não receber o produto, comunicando o fato ao Departamento de Alimentação Escolar da Secretaria.

Esclarece, ainda, que não é por conta de “denúncias” que tenha feito em relação à qualidade da carne que a gestora em questão está sendo afastada do cargo, mas, é por conta do não cumprimento dessas e de outras responsabilidades inerentes ao cargo que qualquer gestor poderá ser afastado ou responder, inclusive, processos administrativos.

Por fim, a SEE informa que será aberto processo administrativo interno para apurar a denúncia em relação à qualidade da carne fornecida à escola e reafirma o compromisso em fornecer uma alimentação da melhor qualidade a todos os estudantes e, ainda, o respeito com a transparência em todos os processos que envolvem a Educação.

Aberson Carvalho
Secretário de Estado de Educação, Cultura e Esportes

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