4 outubro 2024

Acre está entre as 6 regiões do Brasil monitoradas diariamente por riscos de terremotos

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O Estado do Acre está entre as seis regiões do Brasil monitoradas diariamente por riscos de terremotos. Os recentes problemas climáticos e geográficos enfrentados pelo Estado do Rio Grande do Sul, que também experimentou ocorrências de tremores de terra, alertaram as autoridades responsáveis pelo monitoramento do fenômeno em território nacional. No Brasil, seis cidades apresentam alto potencial para terremotos de grandes proporções, segundo dados divulgados.

Em 2024, até março, Tarauacá, no interior do Acre, registrou oito dias de atividade sísmica, incluindo um terremoto de magnitude 6,6 na escala Richter. O município teve seu último tremor de terra detectado numa madrugada de domingo, 28 de março, com uma magnitude de 6,5, captado pela Agência de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos (USGS).

O epicentro desse tremor foi localizado a 609,5 km de profundidade e a 66 km da zona urbana de Tarauacá. Apesar da magnitude, o tremor não representou risco significativo à superfície devido à sua profundidade. Não houve relatos de ocorrências graves relacionadas ao tremor, conforme divulgado pelo Corpo de Bombeiros do Acre.

Em junho de 2022, um terremoto de magnitude 6,5 atingiu a região da fronteira entre o Peru e o Brasil, a uma profundidade de 616 km e aproximadamente 111 km de Tarauacá. Este terremoto, um dos maiores já registrados no Brasil, foi sentido na cidade. Em janeiro de 2019, outro terremoto de magnitude 6,8 foi sentido pelos moradores de Tarauacá.

Pesquisadores atribuem esses eventos à proximidade da região com a Cordilheira dos Andes, no Peru. A região amazônica próxima à Cordilheira dos Andes registra tremores de magnitude similar, com profundidades entre 300 e 600 km. Esses terremotos ocorrem devido à interação entre a placa de Nazca e a placa sul-americana.

Além de Tarauacá, outras seis cidades são monitoradas diariamente pelo Instituto de Geociências da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Apesar do Brasil estar localizado no centro da placa tectônica sul-americana, várias cidades estão sobre falhas geológicas que podem gerar terremotos. A pesquisa destaca que é praticamente impossível prever com precisão onde e quando ocorrerão terremotos, mas as regiões próximas às falhas geológicas representam maior risco.

Listadas abaixo estão algumas das cidades brasileiras sobre falhas geológicas, consideradas de alto risco:

1. João Câmara (RN): Localizada na falha de Samambaia, a cidade já registrou diversos tremores de terra.

2. Itacarambi (MG): Este município de Minas Gerais registrou um terremoto de 4,9 graus na escala Richter em dezembro de 2007.

3. Cubatão (SP): A cidade de Cubatão faz parte do Sistema de Falhamento Cubatão, que se estende por mais de 2.000 km ao longo da costa do estado.

4. Porangatu (GO): Um terremoto de 3,7 pontos na escala Richter foi registrado nesta cidade em abril de 2022.

5. Tarauacá (AC): Está em cima da falha de Tarauacá, que corta o estado do Acre em duas partes. A cidade é a que mais registra ocorrências de abalos sísmicos no estado.

6. Vale do Jaguaribe (CE): Essa região no Ceará tem registrado terremotos de baixa magnitude, como os ocorridos em março de 2016, com magnitudes de 3,1 e 3,4 graus na escala Richter.

Apesar dos abalos constantes, a profundidade dos tremores em Tarauacá, muitas vezes superior a 500 km, diminui o risco de danos significativos. Essa profundidade também pode explicar por que os tremores são percebidos mesmo em locais distantes, como a capital Rio Branco, localizada a mais de 400 km de Tarauacá.

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