Francisca Limas, agente de saúde da micro área em que reside a Dona Celina e o Seu Correia, rebate a denúncia feita por um dos filhos do casal, que alega falta de acompanhamento médico e abandono da idosa pela equipe da Unidade de Saúde do Carlos Afonso.
Francisca afirma que Dona Celina era acompanhada pela equipe da unidade desde que se mudou para a área.
“A Dona Celina desde o momento que ela mudou para a nossa área, ela é acompanhada. E sempre o único familiar que sempre está em contato foi o neto Thiago de Rondônia, e a gente sempre teve contato. Já tive contato com o Célio, que mora em Manoel urbano. A última vez que ela passou muito mal, quase a mesma situação dessa, o filho que estava era o Célio, tinha uma conversa, ele falou comigo que iam levar ela para morar com ele em Manoel Urbano, até ela melhorar para poder ir morar em Vilhena com outro filho que a gente aqui da Unidade de Saúde do Carlos Afonso, a gente nunca viu, nunca vimos esse outro filho”, explica a agente de saúde.
Francisca também detalha os cuidados que a equipe da unidade prestava à Dona Celina.
“E desde que a gente começou a acompanhar, a gente sempre deu atenção a mais devido ao abandono dos pais, porque não tem os filhos a abandonar os pais, porque não tem um filho que cuide. A dona Selina, o estado dela antes da queda, ela só precisava de alguém para medir a glicemia antes de aplicar a insulina, só como o esposo é idoso. Apesar de a gente ter levado um enfermeiro, a gente ensinou, como fazia direitinho, porque não tem como o técnico estar indo todo dia, né? Isso já é questão da família cuidar. A gente tem a nossa região de visita domiciliar sempre visitando com a médica. Eles não levaram ela para o retorno do ortopedista que precisava, para ter um encaminhamento para fisioterapia. Mesmo assim, o nosso enfermeiro, por conta própria, deu um encaminhamento. Mesmo não sendo especialista, ele deu um encaminhamento. Ela entrou no nosso agendamento. Na semana retrasada, era a primeira semana dela. Foi a semana de avaliação, que infelizmente foi o dia que ela chegou. O bombeiro teve que ir buscar porque não tinha ambulância. De manhã cedo, ele percebeu que ela não estava bem. A nossa equipe já tinha saído para fazer as visitas domiciliar. Mas ele veio na unidade, o nosso técnico foi com ele. Quando o técnico viu a pressão arterial dela e a glicemia, disse que tinha que chamar imediatamente a ambulância. Não tinha ambulância, chamaram o bombeiro. Quando a gente chegou com a equipe da fisioterapia, a gente ficou lá até ela sair de lá. Então, a gente sempre acompanhou”, relata Francisca.
Francisca também informa que já havia feito uma denúncia ao Ministério Público em janeiro do ano passado, por abandono dos filhos.
“Agora, voltando a falar desse filho que a gente não conhece, estou aqui com as minhas mãos a cópia da denúncia que eu fiz em janeiro do ano passado ao Ministério Público. Porque os filhos abandonaram seus pais, né? Não cuidavam, coisas mínimas. Isso devia ter sido evitado se tivesse um filho para cuidar. Até ajudar, pôr a dona Celina na cama. Fora de horário de serviço, eu já ajudei. Porque o seu Correia não tinha força de tirar ela da cadeira para pôr na cama. E eu fui lá ajudar eles. Então, tem acompanhamento com um nutricionista. Passou toda a dieta. A dificuldade é que a gente sempre encontrou. E foi profissional. O profissional pediu exames. Nunca levaram ela para fazer o exame. Só fizeram exame porque eu vim aqui na unidade, conversei com a equipe do laboratório e eles emprestaram a pessoa para ir tirar o sangue dela em casa. Foi a única vez que fizeram exame. Aqui, aqui em Sena Madureira, pela nossa unidade. Então, ela sempre foi acompanhada. Temos o neto, filho desse senhor, que fez essa denúncia de prova. Temos os áudios dele, todos aqui, todos. Todos os áudios dele falando aqui comigo. E as provas, toda vez que ia visitar, mandava uma foto, contava tudo. E vou mandar uma foto também da denúncia que eu fiz, tá?”, finaliza Francisca.
