5 outubro 2024

Especialistas debatem riscos de ataques cibernéticos no Brasil em evento de conectividade

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O futuro da segurança cibernética e o compartilhamento de informações entre centros de pesquisa foram os principais temas discutidos no Workshop RNP, um evento sobre internet e conectividade que começou nesta segunda-feira (20) em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Organizado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o encontro reuniu pesquisadores, representantes do governo, empresas e startups para uma série de debates realizados no campus da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Emílio Nakamura, diretor de Cibersegurança da RNP, enfatizou a necessidade de investimentos robustos no setor de segurança cibernética para enfrentar os desafios trazidos pelas novas tecnologias. Nakamura destacou que, embora o Brasil esteja avançando em termos legislativos e estruturais, as ameaças digitais evoluem mais rapidamente do que os sistemas de proteção conseguem acompanhar.

“Setores como financeiro, água, energia, transportes e saúde dependem cada vez mais de elementos digitais. Um ataque cibernético pode causar caos ou catástrofe ao afetar o funcionamento desses setores. Embora no Brasil ainda sejam poucos os incidentes dessa natureza, eles podem acontecer e temos que discutir como esses ataques podem afetar a economia e a infraestrutura do país”, afirmou Nakamura.

Ele também defendeu a necessidade de um plano nacional de educação cibernética, abrangendo todas as pessoas e sendo incluído nos currículos escolares e universitários.

“É essencial que todos tenham educação cibernética, desde crianças até jovens adultos. Saber como agir no mundo digital para evitar fraudes e outros ataques é fundamental. Alguns países já incluem essa educação no currículo das crianças, e o Brasil precisa oficializar isso. Na graduação, seria importante que esse tema fizesse parte de todos os cursos, pois afeta todas as profissões”, reforçou Nakamura.

Uma das sessões de debate foi dedicada à Rede de e-Ciência, focada na conectividade entre centros de pesquisa, supercomputação, laboratórios multiusuários e infraestruturas científicas. Leandro Ciuffo, diretor adjunto de Serviços para Experimentação e e-Ciência da RNP, detalhou o funcionamento e os benefícios da rede.

“A Rede de e-Ciência utilizará a estrutura das infovias para interiorizar a conexão de qualidade em várias regiões do país. Isso ajudará na fixação de professores e pesquisadores em áreas rurais e melhorará a qualidade da educação nessas localidades. A ideia é reduzir o tempo dos processos científicos, permitindo compartilhamentos de informações em minutos, em vez de horas ou dias, acelerando os resultados para a sociedade”, explicou Ciuffo.

Atualmente, um edital está em andamento para selecionar os primeiros centros de pesquisa que integrarão a rede. Ciuffo mencionou alguns exemplos de instituições e projetos que serão beneficiados.

“Instituições de pesquisa que trabalham com previsão do tempo, prevenção de desastres ambientais, desenvolvimento de vacinas e pesquisas de cura para doenças serão algumas das beneficiadas pela rede. Esses projetos exigem a manipulação de grandes volumes de informações, muitas vezes provenientes de bancos de dados do exterior”, concluiu Ciuffo.

O evento continua ao longo da semana, com mais debates e apresentações sobre o futuro da conectividade e da segurança cibernética no Brasil.

Via Agência Brasil.

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