Na noite de quinta-feira (16), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou a soltura do coronel do Exército Marcelo Câmara, ex-assessor direto do ex-presidente Jair Bolsonaro e investigado por sua suposta participação em uma trama golpista.
Moraes estabeleceu que Câmara deverá usar tornozeleira eletrônica, comparecer semanalmente em juízo, permanecer no Distrito Federal e se abster de comunicação com outros investigados ou uso de redes sociais. Além disso, o coronel teve o porte de armas cancelado. Ele estava detido no Setor Militar Urbano (SMU), em Brasília.
O coronel foi preso durante a Operação Tempus Veritatis, conduzida pela Polícia Federal em 8 de fevereiro. As suspeitas indicam sua participação em atividades preparatórias para um golpe de Estado, visando manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022. A defesa de Câmara nega seu envolvimento nesses eventos.
De acordo com relatórios da PF, Câmara monitorou Alexandre de Moraes como parte do planejamento para a prisão do ministro, uma etapa do suposto plano golpista. O coronel também teria atuado em estreita colaboração com Bolsonaro, conforme registros do documento policial.
A decisão de Moraes em liberar Câmara atendeu ao parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que argumentou que o grupo criminoso investigado já foi desmantelado e que a soltura do coronel não representa uma ameaça às investigações em curso.
A Agência Brasil busca contato com a defesa de Câmara, que sempre negou sua participação em qualquer trama golpista.
Em uma investigação paralela sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, Moraes também determinou a soltura do coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, o último integrante da antiga cúpula da PMDF que estava detido. Ele foi acusado pela PGR de omissão durante os ataques à sede dos Três Poderes, ocorridos na mesma data.
Via Agência Brasil.