5 outubro 2024

PF investiga grupo que usava correios para tráfico de animais

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A Polícia Federal está investigando um grupo que utilizava os Correios para traficar animais ilegalmente. Entre os répteis exóticos comercializados, alguns poderiam ameaçar espécies nativas e desencadear o surgimento de novas doenças no país.

Nesta terça-feira (28), dois mandados de busca foram cumpridos no município de Serrinha, na Bahia, por determinação da 17ª Vara Federal da Seção Judiciária da Bahia. Os animais apreendidos pela Operação Ojuara serão encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres, do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, para reabilitação e devolução à natureza.

De acordo com a Polícia Federal, “alguns répteis exóticos comercializados pelos investigados, caso soltos, além de ameaçar espécies nativas da região, podem transmitir parasitas nocivos e desencadear o surgimento de novas doenças no país”.

Entre os animais apreendidos, destacam-se cobras do gênero píton, naturais da Ásia. “Elas podem dizimar a fauna local, por viverem 30 anos, não terem predadores no Brasil e serem capazes de se reproduzir por si só”, detalhou a PF.

“O tráfico de animais, silvestres ou exóticos, causa enorme prejuízo à fauna brasileira, criando graves desequilíbrios ambientais, inclusive em ecossistemas protegidos, podendo expor determinadas espécies ao risco de extinção”, acrescentou a nota da PF.

A investigação começou com a apreensão de diversos répteis na Agência Central dos Correios em Simões Filho, na Bahia. Lá, foi detectada a presença de “objetos postais, identificados fraudulentamente, que continham carga viva”.

Ao longo das investigações, a PF constatou a existência de uma “rede criminosa formada por criadores clandestinos de animais da fauna silvestre e exótica”. Eles comercializavam os animais pela internet e utilizavam os Correios para realizar as entregas.

Se as suspeitas forem confirmadas, os investigados responderão pelos crimes de tráfico e maus-tratos de animais; introdução de espécime animal no país sem autorização; e receptação e falsidade ideológica. As penas somadas podem chegar a 12 anos de reclusão.

 

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