28 novembro 2024

Relatório da ONU destaca 12 eventos climáticos extremos no Brasil, incluindo o Acre

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Um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgado nesta quarta-feira ressaltou a ocorrência de 12 eventos climáticos extremos no Brasil em 2023, sendo nove deles considerados incomuns e dois sem precedentes. O relatório destacou a influência do El Niño e das mudanças climáticas nas condições climáticas na América Latina e no Caribe.

Entre os eventos mencionados, o calor intenso afetou significativamente a região central da América do Sul de agosto a dezembro, causando temperaturas elevadas mesmo durante o inverno. Cidades como Rio de Janeiro e São Paulo enfrentaram temperaturas superiores a 41 °C. Além disso, a Amazônia experimentou uma onda de calor sem precedentes em julho de 2023, contribuindo para uma das piores secas já registradas na região. Isso levou a quedas extremas nos níveis de rios como o Acre e o Branco, afetando também a vida selvagem, como evidenciado pela morte de mais de 150 botos cor-de-rosa no Lago Tefé.

Incêndios florestais de grande magnitude também ocorreram no Paraguai, Brasil e Bolívia, com a Amazônia registrando um recorde de 22.061 focos de incêndio em outubro de 2023. Esses eventos resultaram em impactos severos na saúde pública, na segurança alimentar e energética, bem como no desenvolvimento econômico das regiões afetadas.

Outros eventos extremos citados incluem um ciclone extratropical no Rio Grande do Sul, que causou chuvas intensas e ventos fortes, resultando em 46 mortes, 46 desaparecidos e 340 mil pessoas afetadas. Além disso, as chuvas torrenciais em São Sebastião, litoral de São Paulo, causaram enchentes e deslizamentos de terra, resultando em pelo menos 65 mortes.

O Acre também foi mencionado no relatório devido às fortes chuvas e ao transbordamento do rio Acre, que inundou vastas áreas da capital Rio Branco em março de 2023. O relatório destaca ainda os impactos desses eventos climáticos extremos na agricultura, como o atraso no plantio de soja devido ao excesso de chuvas e à seca relacionada ao El Niño, e na pecuária, com a perda de mais de mil cabeças de gado em Mato Grosso do Sul devido a uma onda de frio.

O relatório conclui que 2023 foi o ano mais quente já registrado na América Latina e no Caribe, com o nível do mar subindo a uma taxa superior à média global, ameaçando áreas costeiras e Estados Insulares em Desenvolvimento.

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