REGIÃO

Relatório destaca bioeconomia como chave para combater pobreza na Amazônia

Um relatório elaborado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) em parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) destaca a bioeconomia como um motor essencial para a geração de renda e combate à pobreza na região amazônica. Intitulado “Bioeconomia e Sociobiodiversidade Amazônica: um potencial eixo de integração dos países da Pan-Amazônia”, o documento oferece recomendações e instrumentos para apoiar políticas públicas na região.

O relatório foi apresentado em um seminário realizado em 8 de maio, parte dos debates do G20 sobre a importância da bioeconomia para a integração dos países que compartilham a floresta amazônica. A diretora da Embrapa, Ana Euler, destacou o potencial da sociobiodiversidade para agregar valor à bioeconomia na região.

“Por trás de cada uma das cadeias, de cada uma das tecnologias que vamos apresentar, há uma relação histórica da Embrapa com comunidades e diversas instituições. As tecnologias e conhecimentos estão associados a processos territoriais”, afirmou Euler.

Ana Euler enfatizou que a bioeconomia na Amazônia não é homogênea, pois cada país tem sua própria vocação. “Mesmo quando olhamos para a Amazônia Brasileira, são várias Amazônias”, disse. Segundo o IBGE, a região conta com 200 milhões de hectares, mais de 200 etnias e 800 mil estabelecimentos agropecuários rurais.

Euler mencionou que a Embrapa está desenvolvendo um plano estratégico para ciência, tecnologia, inovação, mercado e negócios focado na bioeconomia. Outros participantes do painel incluíram Silvia Massruhá, presidente da Embrapa; Christian Fischer, representante-adjunto do IICA no Brasil; Patrícia Pinho, diretora-adjunta de Pesquisa do Ipam; Carina Mendonça, secretária de Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente; Moisés Savian, secretário de Governança Fundiária, Desenvolvimento Territorial e Socioambiental; Edith Paredes, diretora-administrativa da OTCA; e Hugo Chavarria, gerente de Programa do IICA.

Importância da Biodiversidade

O Brasil abriga cerca de 20% da biodiversidade do planeta, com 305 etnias indígenas e 28 segmentos de povos e comunidades tradicionais. “A bioeconomia é um ativo florestal importante que precisa ser pensado sob o ponto de conservação e manejo”, afirmou Savian.

Um dos desafios mencionados é incluir as cadeias da sociobioeconomia da Amazônia no crédito agrícola, atualmente focado na pecuária. Ana Euler destacou a importância de fortalecer redes de pesquisa, priorizar infraestrutura e lançar editais que atendam aos territórios e povos tradicionais. A Embrapa está realizando um diagnóstico de sua atuação na Amazônia, focando em sistemas produtivos sustentáveis, valorização do conhecimento local, justiça e inclusão social, e repartição equitativa de benefícios.