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Acre registra mais de mil casos de violência sexual contra crianças e adolescentes desde 2022

Foto: SSP/SE

O Acre registrou mais de mil casos de violência sexual contra crianças e adolescentes entre 2022 e abril deste ano. Os dados foram apresentados pela Polícia Civil durante o Seminário Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, realizado na última terça-feira (4). No evento, também foi apresentado o plano estadual de combate à violência com novas diretrizes.

Segundo o Departamento de Inteligência da Polícia Civil, em 2022 foram registrados 496 boletins de ocorrência de violência sexual contra crianças e adolescentes. Em 2023, houve uma leve redução para 487 casos. De janeiro a abril deste ano, já foram contabilizados cerca de 116 boletins de ocorrência. No total, 1.099 casos foram registrados.

Juliana de Angelis, delegada representante de políticas públicas da Polícia Civil, afirmou que o número de casos é elevado e pode estar subnotificado, indicando que a realidade pode ser ainda mais grave.

“Existem muitas crianças que ainda são vítimas e não têm sua denúncia feita, não têm o registro realizado. Então, este seminário é de suma importância para fortalecer a rede de apoio. A Polícia Civil é uma instituição, é um membro, nós somos a porta de entrada, mas há toda uma rede de apoio, várias instituições e órgãos atuantes para que esse enfrentamento seja de maior celeridade e eficácia, para que possamos minimizar os números no nosso estado”, afirmou.

A delegada também destacou a importância das denúncias e do apoio às vítimas. “Muita gente tem medo, então, por esse motivo, nós temos o Disque 100, que é um canal anônimo. A pessoa pode fazer a ligação anonimamente, e essa denúncia chega à delegacia de polícia, que instaura um procedimento para a investigação dos crimes. Ao final, constatando que o agressor praticou o crime, ele é condenado. Nessas delegacias, temos uma estrutura diferenciada, com um corpo técnico composto por psicólogos e assistentes sociais, além de policiais civis, para já dar esse acolhimento, tanto no aspecto criminal quanto no psico-social”, explicou Angelis.

Formas de Denunciar Casos de Violência Infanto-Juvenil:

  • Polícia Militar – 190: quando a criança está correndo risco imediato.
  • Samu – 192: para pedidos de socorro urgentes.
  • Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres.
  • Qualquer delegacia de polícia.
  • Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa.