Uma grave ocorrência chocou a cidade de Porto Walter, no Acre. Uma adolescente de 13 anos confessou à polícia civil ter realizado um aborto a pedido de um homem com quem mantinha um relacionamento. O homem, que é funcionário público e pré-candidato a vereador pelo partido União Brasil, negou envolvimento no crime.
O caso veio à tona quando o corpo do bebê foi encontrado em um terreno no Bairro Portelinha, no dia 1º de junho, já sendo consumido por animais. Em depoimento, a jovem afirmou que recebeu R$ 50 via PIX do político, além de medicamentos abortivos fornecidos por ele. O acusado, identificado como Sérgio, admitiu ter enviado o dinheiro, mas alegou que a quantia era para a compra de alimentos, e não de medicamentos.
O delegado José Obetanio, responsável pela investigação, afirmou que a palavra da adolescente deve ser considerada e que uma exumação do corpo será realizada para confirmar a paternidade através de exame de DNA. “Se for comprovado que o homem induziu a menina ao aborto, ele será responsabilizado criminalmente e pode ser preso”, declarou o delegado.
A adolescente estava internada na Unidade de Saúde de Porto Walter devido a uma infecção causada pelo aborto. Ela deveria ser transferida para Cruzeiro do Sul para tratamento, mas foi retirada da unidade por uma mulher que assinou um Termo de Responsabilidade, recusando a transferência. Segundo Erasmo Oliveira Sales, gerente-geral da Unidade Mista de Porto Walter, a menina está agora trancada em casa.
A enfermeira Jamila Ferreira da Silva, da Vigilância Epidemiológica de Porto Walter, classificou o corpo como um natimorto, devido ao peso de 525 gramas e o comprimento de mais de 30 centímetros, indicando uma possível gestação de até seis meses. A enfermeira também expressou preocupação com a saúde da jovem, já que a placenta não foi expelida.
O Conselho Tutelar de Porto Walter está envolvido para assegurar que os direitos da adolescente sejam protegidos e que ela não seja exposta indevidamente durante o processo.
No Brasil, o aborto é considerado crime, e o funcionário público poderá enfrentar acusações criminais tanto por seu relacionamento com a menor quanto por induzi-la ao aborto.
Com informações do Ac24horas.