25 junho 2024

ONU conclui que Israel e Hamas cometeram crimes de guerra

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Um inquérito da Organização das Nações Unidas (ONU) concluiu nesta quarta-feira (12) que tanto Israel quanto o Hamas cometeram crimes de guerra nos estágios iniciais do conflito em Gaza. As ações de Israel foram também classificadas como crimes contra a humanidade devido às imensas perdas de civis.

As conclusões surgem de dois relatórios paralelos da Comissão de Inquérito da ONU, focando nos ataques de 7 de outubro e na resposta israelense. Israel, que não cooperou com a comissão, considerou as conclusões tendenciosas. O Hamas não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário.

A guerra começou em 7 de outubro, quando militantes do Hamas mataram 1,2 mil israelenses e fizeram mais de 250 reféns, conforme registros israelenses. A retaliação de Israel resultou em mais de 37 mil mortes palestinas, deslocou a maior parte da população de Gaza, que é de 2,3 milhões, causou fome generalizada e devastou moradias e infraestrutura.

Negociadores dos Estados Unidos, Egito e Catar vêm tentando mediar um cessar-fogo e a libertação dos reféns, dos quais mais de 100 ainda estão em cativeiro em Gaza. O Hamas declarou que sua resposta a uma proposta de cessar-fogo dos EUA foi “responsável, séria e positiva”, abrindo caminho para um acordo. No entanto, uma autoridade israelense afirmou que o Hamas alterou parâmetros significativos da proposta e rejeitou a libertação de reféns.

As principais potências estão intensificando esforços para evitar que o conflito se transforme em uma guerra regional mais ampla. Na fronteira entre Líbano e Israel, a milícia libanesa Hezbollah, apoiada pelo Irã, retaliou a um ataque israelense que matou um comandante do Hezbollah, resultando em novos ataques aéreos israelenses.

Os relatórios da ONU, divulgados em Genebra, constataram que ambos os lados cometeram crimes de guerra, incluindo tortura, assassinato, ultrajes à dignidade pessoal e tratamento desumano. Israel foi acusado de usar a fome como método de guerra, bloqueando suprimentos essenciais e impedindo a entrega desses itens por terceiros.

A comissão destacou que a elevada quantidade de vítimas civis em Gaza e a destruição de infraestrutura civil foram resultados de uma estratégia deliberada para causar danos máximos, desconsiderando princípios de distinção e proporcionalidade. Essas evidências podem ser utilizadas pelo Tribunal Penal Internacional, que já solicitou mandados de prisão para líderes israelenses e do Hamas por crimes de guerra.

Reportagem adicional de Daphne Psaledakis, Enas Alashray, Andrew Mills, Idrees Ali e Phil Stewart, (Agência Brasil).

Veja Mais