O ex-namorado da jovem atacada com soda cáustica em Jacarezinho (PR) teria planejado o crime através de seu celular enquanto estava dentro de um presídio, de acordo com informações do Ministério Público. Ele foi denunciado como mandante do ataque contra Isabelly Aparecida Ferreira Moro, de 23 anos, e aguarda a aceitação da denúncia pela Justiça.
O crime ocorreu em 22 de maio e foi captado por câmeras de segurança, que auxiliaram na identificação da suspeita responsável por lançar a substância corrosiva em Isabelly. A mulher, também de 23 anos, é atualmente companheira do ex-namorado da vítima, segundo o Ministério Público.
Ela foi presa dois dias após o incidente. Durante a investigação, o celular da suspeita foi analisado, revelando que seu namorado planejou o crime enquanto estava detido desde 23 de fevereiro de 2024. O MP alega que ele incentivou o crime, convencendo sua parceira a executá-lo, estudando a rotina da vítima e atacando-a abruptamente após sua saída da academia.
Áudios armazenados no celular da suspeita demonstram que o homem de 28 anos estava profundamente envolvido na organização do crime. Diante dessas evidências, um novo inquérito foi aberto para investigar sua conduta, e ele foi denunciado e preso por tentativa de homicídio qualificado.
Segundo o Ministério Público, entre as qualificadoras do crime estão o uso de meio cruel, feminicídio, motivo torpe e emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima. A motivação do suspeito seria um sentimento de posse e vingança devido ao término do relacionamento com Isabelly.
Quanto à atual namorada do suspeito, foi determinado que ela agiu por ciúmes e inveja da vítima. O ex-namorado de Isabelly já possuía antecedentes criminais por delitos anteriores e estava cumprindo pena por roubo qualificado.
O ataque com ácido contra Isabelly foi registrado por câmeras de segurança na Alameda Padre Magno. Nas imagens, é visível a angústia da vítima enquanto recebe assistência de dois homens na calçada.
Isabelly foi transportada para o Hospital Universitário de Londrina, onde foi submetida à intubação devido aos graves ferimentos no rosto, peito e boca, sugerindo possível ingestão do líquido corrosivo.
Copos e sacolas encontrados próximos ao local do ataque foram entregues às autoridades como evidência. Dois dias depois, a suspeita foi detida por policiais militares após solicitações de socorro de uma mulher em um hotel de Jacarezinho.
A suspeita confessou o crime às autoridades, explicando que o motivo foi ciúmes, alegando que a vítima havia tido um relacionamento com seu ex-companheiro. Ela também afirmou que a substância utilizada era uma mistura de soda cáustica com água.
Durante a abordagem, a suspeita estava com uma calça que afirmou ter usado durante o crime, além de um celular. Questionada sobre uma peruca mencionada pela Polícia Civil como sendo usada no momento do ataque, a suspeita informou que a havia jogado em um matagal. Apesar das buscas realizadas no local, a peruca não foi encontrada.