14 outubro 2024

Incêndios destruíram 9% do Pantanal em cinco anos, revela estudo da Mapbiomas

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Os incêndios no Pantanal podem ter degradado cerca de 9% da vegetação nos últimos cinco anos, segundo estimativa da rede Mapbiomas. O levantamento indica que a área degradada no bioma entre 1986 e 2021 pode variar entre 800 mil (6,8%) e 2,1 milhões de hectares (quase 19%). Embora o Pantanal conviva com o fogo, algumas áreas são especialmente sensíveis aos incêndios.

A rede Mapbiomas, que reúne organizações não governamentais, universidades e empresas de tecnologia para monitorar o uso da terra no Brasil, lançou nesta sexta-feira (5) uma plataforma sobre a degradação das áreas florestais. Os dados, mapas e códigos produzidos são disponibilizados gratuitamente.

São consideradas áreas degradadas as regiões que não foram completamente desmatadas, mas que sofreram alterações significativas na composição biológica. Entre os fatores analisados pela Mapbiomas estão o tamanho e nível de isolamento dos fragmentos florestais, a frequência das queimadas, invasão por espécies exóticas e o pisoteio por rebanhos.

O mês de junho deste ano registrou a maior média de área queimada no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul desde 2012, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em apenas 30 dias, o fogo consumiu mais de 411 mil hectares do bioma, superando a média histórica de 8 mil hectares para o mês.

Essa área queimada em junho foi maior do que a média histórica de setembro, quando o Pantanal normalmente queima 406 mil hectares. No acumulado de 2024, a área afetada já chegou a 712 mil hectares, o que corresponde a 4,72% do bioma.

A Polícia Federal está investigando a origem dos incêndios em algumas regiões. De acordo com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, 85% dos incêndios ocorrem em terras privadas.

A rede Mapbiomas também revelou que um quarto (25%) da vegetação nativa do Brasil pode estar sujeita à degradação. Entre 1986 e 2021, entre 11% e 25% das matas do país foram expostas a processos destrutivos, o que corresponde a uma área de 60,3 milhões até 135 milhões de hectares.

Proporcionalmente, a Mata Atlântica é o bioma mais degradado, com 36% a 73% dos remanescentes de vegetação expostos à destruição, totalizando entre 12 milhões e 24 milhões de hectares. Em termos absolutos, o Cerrado é o bioma com maior degradação, com uma área variando entre 18,3 milhões e 43 milhões de hectares (19,2% a 45,3% do que resta dessa vegetação).

A segunda maior área degradada está na Amazônia, com 19 milhões a 34 milhões de hectares, correspondendo a 5,4% a 9,8% do bioma.

(Via Agência Brasil).

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