O Acre registrou um aumento significativo nos focos de queimadas nos primeiros seis meses de 2024 em comparação ao mesmo período de 2023. De janeiro a junho deste ano, foram registrados 137 focos de queimadas, quase três vezes mais que os 48 focos registrados no mesmo período do ano anterior. Os dados são do BD Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Cruzeiro do Sul lidera o ranking dos municípios com mais focos de incêndio em 2024, com 18 registros. Feijó (17) e Tarauacá (14) também estão entre os mais afetados. Em contrapartida, Senador Guiomard registrou apenas 1 foco, enquanto Porto Acre, Epitaciolândia e Capixaba registraram 2 focos cada.
Apesar do aumento expressivo de mais de 200% nos primeiros seis meses de 2024, o Acre é uma das unidades da federação que menos registrou focos de incêndios florestais neste ano, de acordo com dados até 25 de junho.
O combate às queimadas no Acre faz parte do Plano de Contingência relacionado à seca que o estado enfrenta. Segundo o tenente-coronel Cláudio Falcão, diretor de Administração de Desastres da Defesa Civil de Rio Branco, a mobilização de órgãos e secretarias é essencial para as ações de combate. “Órgãos que possuem tratores para fazer aceiros ou caminhões-pipa para apoiar no combate a incêndios são fundamentais quando o Corpo de Bombeiros não consegue atender a demanda sozinho”, explicou.
Incêndios florestais e urbanos
Além dos incêndios florestais, Rio Branco também sofre com queimadas urbanas. Segundo o coronel Falcão, o satélite AQUA, que registra focos no BD Queimadas, monitora apenas incêndios florestais com áreas de pelo menos 10 mil metros quadrados. Já as queimadas urbanas são menores, mas também preocupantes.
Devido ao período de seca, o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima declarou estado de emergência ambiental no Acre de abril a novembro de 2024. A medida é publicada anualmente e inclui a contratação temporária de brigadistas pelo Programa de Brigadas Federais do Prevfogo/Ibama. O objetivo é atender a necessidade temporária de interesse público e implementar ações preventivas.
O Governo Federal destaca a contratação de brigadas especializadas, incluindo agentes indígenas, quilombolas e membros de comunidades locais que conhecem bem o território e podem contribuir eficazmente nas ações de prevenção e combate aos incêndios florestais.