22 outubro 2024

Candiru: o peixe que aterroriza banhistas no Amazonas se torna objeto de estudo

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Em outubro de 1997, um incidente inusitado e doloroso chamou a atenção em Manaus, quando um jovem de 23 anos teve um candiru removido cirurgicamente de dentro de seu pênis após um ataque no Rio Amazonas, em Itacoatiara. Esse peixe, conhecido por se alimentar de sangue, é temido nos rios da Amazônia por sua capacidade de invadir partes íntimas de humanos.

O caso voltou a ser relembrado quase 27 anos depois, quando o g1 visitou o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), onde o candiru extraído do homem está preservado como parte de um acervo científico. Este peixe, que pode alcançar até 12 centímetros de comprimento, entrou na uretra da vítima enquanto ele urinava no rio.

Após o incidente, o homem foi levado para Manaus, onde passou três dias sendo medicado em um hospital público. Com o agravamento de sua condição, ele foi transferido para uma clínica de urologia, onde os médicos descobriram o candiru alojado na uretra, causando inchaço severo. A cirurgia revelou que o peixe já estava morto, iniciando o processo de decomposição dentro do corpo da vítima.

O peixe, posteriormente, foi encaminhado ao acervo de peixes do Inpa, onde permanece preservado para estudos. Este incidente destaca a espécie de candiru, que inclui tipos como o candiru-açu, que se alimenta de carcaças, e o candiru hematófago, que se alimenta de sangue.

O Inpa mantém uma vasta coleção de peixes amazônicos, com mais de 61 mil espécies catalogadas, incluindo várias espécies de candiru. A professora e doutora em ictiologia Lúcia Py-Daniel explicou que esses peixes são comuns em rios de água branca, como o Amazonas e o Solimões, e que algumas espécies podem atingir até 12 centímetros de comprimento, se movendo em cardumes, o que aumenta a probabilidade de contato com seres humanos.

Este caso serve como um lembrete do poder da natureza e da importância de estudos contínuos para entender melhor as espécies que habitam a vasta bacia amazônica.

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