Os incêndios florestais no interior de São Paulo continuam a avançar, gerando um cenário de caos em várias cidades do estado. Desde o início da semana, a região enfrenta um recorde de incidentes com fogo, que já afetaram 46 cidades, levando à evacuação de casas, bloqueios de rodovias, suspensão de voos e impactos significativos na qualidade do ar e nos serviços essenciais.
O estado registrou mais de 2.300 focos de incêndio, elevando o número de incidentes a níveis históricos desde o início das medições pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No último sábado (24), foram contabilizados 305 novos focos, principalmente nas cidades de Cajuru, Altinópolis, Olímpia e Serra Azul.
Em Ribeirão Preto, a situação é crítica com 14 focos ativos, que chegaram perto de residências e causaram evacuação em um condomínio do bairro Alphaville. As chamas também atingiram áreas de preservação e propriedades rurais. Rodovias importantes, como a Maurilio Biagi (SPA 343/322), a Carlos Tonani (SP-333) e a Cândido Portinari (SP-334), foram interditadas, interrompendo o tráfego e forçando passageiros a esperar por alternativas.
A visibilidade nas estradas foi severamente comprometida pela fumaça, e a qualidade do ar em muitas cidades caiu para níveis considerados “muito ruins”, com concentração de partículas MP10 alcançando até 190 microgramas por metro cúbico. A umidade relativa do ar também está abaixo dos níveis recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
As condições extremas forçaram o Aeroporto Estadual Leite Lopes a suspender operações e causaram picos no fornecimento de energia elétrica e de água. Em Ribeirão Preto, a Prefeitura suspendeu atividades ao ar livre e eventos esportivos, como o jogo da Série B do Campeonato Brasileiro entre Botafogo-SP e Guarani. O Bosque Municipal foi fechado para visitas, mas continua disponível para o resgate de animais afetados.
Em outras cidades, como Pradópolis, as aulas da rede pública foram suspensas. A previsão é de que a situação se mantenha crítica, com ventos fortes e chuvas insuficientes para conter os incêndios. A população continua em alerta enquanto as autoridades tentam lidar com a emergência climática em curso.
Com informações do G1.