O júri popular do médico Geraldo Freitas Júnior, acusado de assassinar o colega acreano Andrade Lopes Santana em maio de 2021, está marcado para o dia 26 de setembro de 2024. O julgamento será realizado no Fórum Filinto Barros, em Feira de Santana, a 100 km de Salvador.
Inicialmente agendado para dezembro de 2023, o julgamento foi adiado após a defesa de Geraldo Freitas Júnior solicitar a mudança de comarca, argumentando que o corpo de Andrade Lopes foi encontrado em São Gonçalo dos Campos, o que poderia influenciar a sentença final.
Geraldo Freitas foi preso quatro dias após o desaparecimento de Andrade, em 28 de maio de 2021, no mesmo dia em que o corpo do médico acreano foi encontrado no Rio Jacuípe, em São Gonçalo dos Campos, a 20 km de Feira de Santana. Desde 9 de agosto de 2023, ele está preso no Conjunto Penal de Jequié, após a defesa solicitar a transferência do Conjunto Penal de Feira de Santana, onde estava desde sua prisão. Os advogados alegaram que a transferência era necessária porque os familiares da esposa de Geraldo moram no sudoeste da Bahia.
Apesar da transferência, Geraldo Freitas permanece à disposição da vara do júri de Feira de Santana e retornará à cidade para o julgamento. Durante seu depoimento, o médico confessou o crime à Polícia Civil. Após matar Andrade, Geraldo registrou o desaparecimento da vítima na delegacia, tentando despistar as suspeitas.
Relembre o Caso
O médico Andrade Lopes Santana, está desaparecido desde o dia 24 de maio, quando saiu de casa em direção à cidade de Feira de Santana — Foto: Reprodução/TV Subaé
O médico Andrade Lopes desapareceu em 24 de maio de 2021, quando saiu de Araci, onde residia e trabalhava, com destino a Feira de Santana. No mesmo dia, o desaparecimento foi registrado na delegacia por Geraldo. Depois que o corpo de Andrade foi encontrado, o Departamento de Polícia Técnica (DPT) constatou que ele foi assassinado com um tiro na nuca. Geraldo ainda amarrou uma âncora no corpo de Andrade para evitar que o corpo emergisse no Rio Jacuípe.
O delegado Roberto Leal, responsável pela investigação, afirmou na época que o crime foi motivado por um desentendimento entre os dois médicos. Geraldo comprou uma caminhonete em nome de Andrade, pois não tinha o nome limpo no Serasa, e não realizou o pagamento acordado.
A defesa de Geraldo alega que ele não tinha a intenção de matar Andrade. No entanto, a polícia acredita que houve premeditação, já que o acusado levou Andrade para o meio do rio intencionalmente para cometer o crime, além de ter levado uma arma e uma âncora.
Geraldo e Andrade estudaram medicina juntos em uma faculdade na Bolívia. Após concluírem o curso, mudaram-se para o interior da Bahia para trabalhar. Antes de ser apontado como suspeito, Geraldo Freitas chegou a receber os familiares de Andrade, que vieram do Acre para acompanhar as buscas pelo corpo.