O mecânico Simey Menezes Costa agora é réu pela morte de sua noiva, Ketilly Soares de Souza, de 33 anos, assassinada com mais de 10 facadas em junho deste ano. A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual (MP-AC) e deu um prazo de dez dias para que o mecânico responda à acusação. O crime ocorreu na Rua Raimundo Saldanha, no Polo Benfica, região do bairro Vila Acre, Segundo Distrito de Rio Branco. Simey se entregou à polícia com a ajuda de um advogado no início da noite do dia 12 de junho.
Familiares da vítima informaram ao g1 que Simey, temendo a repercussão do crime, decidiu se apresentar à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). O mecânico permanece preso e foi denunciado por homicídio qualificado, com as qualificadoras de recurso que dificultou a defesa da vítima, motivo torpe e feminicídio.
Durante seu depoimento ao delegado Pedro Paulo Buzolin, Simey Costa negou a autoria do crime e apresentou uma versão diferente dos relatos da família. As investigações também revelaram que o suspeito se escondeu na casa de parentes em Sena Madureira, no interior do Acre.
Em entrevista à Rede Amazônica Acre, Francisca Soares, mãe de Ketilly, expressou seu desejo de justiça: “Quero que ele pague cada gota de sangue derramada. Quero que pague. Deus vai fazer ele pagar, não quero que seja pela mão do homem, mas ele vai sentir na pele o que fez.”
Ketilly Soares foi assassinada com mais de dez facadas — Foto: Reprodução
A família revelou que o comportamento de Simey em relação a Ketilly era abusivo. A filha de Ketilly já notava o comportamento estranho do padrasto e se escondia dele. “Quando ele chegava lá em casa, ela se escondia para não vê-lo”, relatou a aposentada Francisca.
Ketilly havia sido pedida em casamento uma semana antes do assassinato. Vizinhos relataram ter ouvido discussões e barulhos na casa na noite anterior ao crime. Na manhã seguinte, um vizinho encontrou o portão da residência aberto e avisou uma prima da vítima. A mulher foi até a casa e encontrou Ketilly caída no chão, morta.
Cristianna de Lima, amiga da família, contou: “Ela achou que Ketilly estava dormindo porque o ventilador estava ligado. Quando abriu a porta completamente, viu Ketilly morta e saiu correndo. Ligaram para a polícia, e os pais vieram pessoalmente informar a família.”
Os familiares lamentaram que os vizinhos não tenham acionado a polícia durante a briga que ouviram na noite anterior. “Ouviram a briga, mas ninguém chamou a polícia nem fez denúncia”, disse a família.