24 novembro 2024

Níveis de poluição atmosférica no Acre permanecem elevados, com Rio Branco registrando 99 µg/m³

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Foto: (reprodução/internet)

Segundo dados da plataforma Purple Air, que monitora a qualidade do ar em todo o estado, os níveis de poluição no Acre permanecem alarmantemente altos. Em várias cidades, as medições continuam acima do considerado preocupante, com Rio Branco registrando 99 µg/m³ na manhã desta quinta-feira (15).

O monitoramento indica que índices superiores a 250 µg/m³ representam um alerta para emergência em saúde, com potencial para afetar toda a população após 24 horas de exposição. Mesmo níveis inferiores, como os atuais, já trazem riscos significativos, especialmente para grupos sensíveis, como crianças, idosos e pessoas com condições de saúde preexistentes.

O sensor instalado no campus da Universidade Federal do Acre (Ufac) registrou uma oscilação entre 67 e 99 µg/m³ durante toda a manhã, valores muito acima do limite aceitável, que é de 15 µg/m³ segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em Brasiléia, por exemplo, o índice chegou a 88 µg/m³, também muito além do recomendado. Outras cidades, como Cruzeiro do Sul (32 µg/m³), Porto Acre (56 µg/m³), Assis Brasil (59 µg/m³), e Sena Madureira (55 µg/m³), também registraram níveis preocupantes de poluição.

O professor Willian Flores, da Universidade Federal do Acre (Ufac) e doutor em Ciências de Florestas Tropicais, destacou que a média de poluição para esta quinta-feira está acima de 60 µg/m³. “Considerando a média das últimas 24 horas, está em 61 µg/m³, o que é um valor muito elevado, bem acima do recomendado pela OMS”, explicou Flores.

Ele também enfatizou que o período seco e a cultura de queimadas na Amazônia contribuem significativamente para a deterioração da qualidade do ar. “Há uma cultura de queima de biomassa na Amazônia, e quando chegamos nessa época do ano, os efeitos são regionais, com queimadas em toda a Amazônia. Os ventos espalham a fumaça, cobrindo grandes áreas, e isso agrava a situação de poluição atmosférica”, afirmou o professor.

Com o aumento das queimadas, a exposição prolongada a poluentes está afetando gravemente a saúde da população. Segundo o Corpo de Bombeiros, foram atendidas 2.227 ocorrências relacionadas a focos de calor no último mês, o maior número dos últimos três anos. “Crianças e idosos são fortemente afetados, e até mesmo jovens saudáveis começam a sentir os efeitos da poluição, como cansaço sem esforço físico. Isso reflete o impacto da má qualidade do ar”, ressaltou o professor em entrevista à Rede Amazônica Acre.

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