O Acre já ultrapassou 17,8 mil casos de síndromes gripais, conforme o mais recente boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre). Os dados referem-se a atendimentos realizados entre janeiro e 24 de agosto (semana epidemiológica 34). Para reforçar o atendimento, a Secretaria reativou a Unidade Sentinela na UPA do Segundo Distrito de Rio Branco, concentrando ali todos os serviços voltados às síndromes gripais.
Os números são coletados a partir dos atendimentos realizados em várias unidades de saúde, incluindo a UPA do 2º Distrito, o Hospital Raimundo Chaar em Brasiléia, a UPA Jacques Pereira em Cruzeiro do Sul, o Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), o Hospital das Clínicas de Rio Branco, o Hospital Infantil Iolanda Costa e Silva, e o Hospital Regional do Juruá.
O aumento dos casos de síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave (SRAG) está relacionado à poluição do ar no Acre, provocada pelas queimadas. Nesta terça-feira (3), por exemplo, Rio Branco registrou uma concentração de 451,6 µg/m³ (microgramas por metro cúbico) de partículas poluentes. Para efeito de comparação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera aceitável um nível de até 15 µg/m³. Quando os índices ultrapassam 250 µg/m³, a situação é classificada como alerta para emergência em saúde, com probabilidade de afetar toda a população em apenas 24 horas de exposição.
Ana Cristina Silva, secretária adjunta de Atenção à Saúde, destacou que a Unidade Sentinela foi reativada no sábado (31) devido ao aumento de casos de síndromes gripais, principalmente relacionados às queimadas. A unidade conta com seis médicos na porta de entrada, além de mais um médico, dois técnicos de enfermagem e um enfermeiro no interior da instalação.
“Essa unidade foi montada exclusivamente para diagnósticos de síndromes respiratórias relacionadas às queimadas. Reativamos a unidade devido ao aumento de casos de síndromes gripais”, explicou Ana Cristina. Ela também ressaltou a importância de que as pessoas evitem circular ao ar livre, utilizem máscaras, e evitem atividades físicas em áreas abertas durante este período crítico.
Caso pacientes com sintomas gripais procurem atendimento em outras unidades de saúde, eles serão direcionados para a Unidade Sentinela. Além disso, as equipes de saúde foram reforçadas nas demais unidades para ampliar a capacidade de atendimento.
Ana Cristina alertou para um possível aumento nos casos nas próximas semanas: “A previsão é de elevação nos atendimentos até a primeira quinzena de setembro. Já tivemos um aumento de 5% de sábado para domingo e, se necessário, reforçaremos as equipes novamente.”
Síndromes Gripais
De acordo com o boletim epidemiológico, o Acre contabilizou 17.820 casos de síndromes gripais até o momento, em comparação com 20.473 casos no mesmo período do ano passado. Este ano, observou-se uma mudança na faixa etária mais afetada, com jovens adultos entre 20 e 29 anos sendo os mais acometidos, embora os casos não sejam graves.
Os vírus em circulação incluem Influenza A subtipo H1N1, Rinovírus, Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Covid-19 e outros vírus respiratórios.
Os casos de SRAG também aumentaram, totalizando 2.204 registros até o final de agosto, um aumento de quase 12% em relação ao ano passado, quando foram registrados 1.971 casos. A maioria dos casos foi registrada em Rio Branco, com 864 atendimentos, seguida por Cruzeiro do Sul, com 426 casos.
Crianças de 0 a 9 anos e idosos com mais de 60 anos continuam sendo os grupos mais afetados e com as maiores taxas de internação.