6 dezembro 2024

Brasil concentra 76% dos incêndios da América do Sul, atingindo o cerrado e a Amazônia

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

O Brasil concentrou 75,9% dos incêndios na América do Sul nas últimas 24 horas, com 5.132 focos de incêndio registrados, conforme dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O bioma Cerrado, que superou a Amazônia em número de focos, foi o mais afetado, com 2.489 ocorrências.

Ane Alencar, diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), expressou preocupação com a intensificação dos incêndios, que está ocorrendo mais cedo do que o habitual. Ela alertou para a possibilidade de uma repetição da grave situação enfrentada no final do ano passado, quando a Amazônia sofreu com incêndios severos e prolongados até janeiro.

Nos primeiros dias de setembro, o Brasil já registrou 37.492 focos de incêndio, mais do que o dobro dos 15.613 focos observados no mesmo período de 2023. Alencar atribui o aumento a uma combinação de fatores, incluindo o fenômeno climático El Niño, o aquecimento global e a ação humana, criando uma “tempestade perfeita” para a propagação do fogo.

Além dos incêndios na Amazônia e no Pantanal, o estado de São Paulo também enfrenta uma crise. No Cerrado, as unidades de conservação, como o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros em Goiás e áreas de Mato Grosso, estão sendo gravemente afetadas. No Mato Grosso, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) interditou temporariamente alguns pontos turísticos devido aos incêndios.

A pesquisadora observa que, embora a seca contribua para o impacto econômico e ambiental dos incêndios, a ignição inicial é frequentemente causada por atividades humanas, como a renovação de pastagens e o desmatamento.

Os incêndios também têm causado problemas graves de poluição do ar, afetando a saúde pública. O Ministério da Saúde acionou a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) para ajudar a mitigar os efeitos das queimadas. Alencar destaca que os incêndios não apenas prejudicam a saúde e a economia, mas também resultam em perda de biodiversidade, comprometem a capacidade de recuperação ambiental e afetam o conforto térmico proporcionado pelas florestas.

A especialista ressalta a necessidade urgente de melhorar a conscientização pública e o engajamento da sociedade para enfrentar a crise, uma vez que os esforços governamentais podem não ser suficientes sem o apoio coletivo.

Via Agência Brasil.

Veja Mais