O Acre vem passando por um período delicado de calor extremo, alta poluição do ar e crise hídrica, fatos que levaram o Acre a decretar emergência ambiental desde o final de julho. Pensando nessa particularidade da região, o Ministério da Saúde iniciou oficialmente a campanha contra a gripe na Amazônia, que contempla, além do estado acreano, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
A meta é que as doses imunizem 310 mil pessoas no estado. Em 2023, o Ministério da Saúde mudou a estratégia de imunização, tradicionalmente realizada entre os meses de abril e maio, para atender às particularidades climáticas da região, que inicia nesta época do ano o “inverno amazônico”. Este é o período de maior circulação viral e de transmissão da gripe.
Porém, segundo a coordenadora estadual do Programa Nacional de Imunização (PNI), Renata Quiles, o Acre já recebeu 98 mil doses contra a gripe e já abasteceu todos os municípios, iniciando a campanha ainda em julho, diante das mudanças climáticas.
“O estado do Acre recebeu doses antecipando a campanha. Então, nós estamos vacinando contra a influenza desde o dia 10 de julho. A gente começou por crianças e idosos e depois fomos ampliando para trabalhadores de saúde e logo depois para a população geral”, explicou.
A coordenadora explicou, ainda, que a atualização da caderneta de vacina é uma forte aliada no combate de síndromes respiratórias, que são comuns nessa época do ano e acabam gerando superlotação nas unidades de saúde.
“Em tempos de muita umidade ou seca extrema, a qualidade do ar favorece a circulação de vírus e bactérias que comprometem nossos órgãos que estão sendo afetados no momento. Então, se o ar está ruim, teremos comprometimento da função do pulmão e isso favorece as doenças respiratórias. Estar imunizado contra as doenças que já existem diminui os riscos”, orienta.
A vacina pode ser aplicada a partir dos seis meses de idade em qualquer cidade do estado.
“Nenhum município está em desabastecimento, mas continua ainda uma procura muito baixa. Me preocupa esse perfil que a população está tendo de só procurar vacina quando o caos já está instalado, mas estamos firmes com ações de vacinação em todo o estado. Os municípios não têm medido esforços. Apesar da seca estar dificultando o acesso da população ribeirinha, as equipes estão conseguindo levar as vacinas para a área rural e ribeirinha, porque o rio está intrafegável, mas a gente vai continuar com a vacinação até o Ministério da Saúde permitir”, salienta.
A vacina utilizada é trivalente, ou seja, apresenta três tipos de cepas de vírus em combinação, protegendo contra os principais vírus em circulação no Brasil. Cada município, em todos os estados da região, realizará o seu próprio Dia D de mobilização.
O Ministério da Saúde reforça que a vacina influenza pode ser administrada na mesma ocasião de outros imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação. Crianças que vão receber o imunizante pela primeira vez deverão tomar duas doses, com um intervalo de 30 dias.
Entre os sinais e sintomas mais comuns estão coriza, febre, tosse, dor de garganta, dor de cabeça e dor no corpo. O Ministério da Saúde reforça a importância de manter a caderneta de vacinação atualizada e procurar uma unidade de saúde em caso de agravamento dos sintomas.
Via Secom