23 novembro 2024

Procedimentos estéticos inadequados podem causar graves problemas oculares, alerta Conselho de Oftalmologia

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Imagem via Agência Brasil.

Procedimentos estéticos realizados por profissionais sem a devida qualificação podem levar a graves complicações oculares, incluindo problemas nos olhos e nas pálpebras, de acordo com um alerta do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

Entre os procedimentos que apresentam riscos, o CBO destaca o ultrassom microfocado, laser CO2, peeling com ácido tricloroacético (ATA) e peeling com fenol. Estes tratamentos, se realizados inadequadamente, podem causar queimaduras, danos à córnea e retina, e levar ao desenvolvimento de catarata e glaucoma.

O conselho relatou casos em que a aplicação incorreta de ultrassom microfocado resultou em baixa visão, dor ocular, sensibilidade à luz e aumento da pressão intraocular, evoluindo para glaucoma secundário e catarata.

O CBO recomenda que qualquer sintoma ocular após um procedimento estético, como dor, fotofobia (sensibilidade excessiva à luz), fotopsias (sensação de pontos de luz no campo de visão) e hiperemia conjuntival (vermelhidão dos olhos), deve ser avaliado com urgência por um oftalmologista.

Para evitar complicações oculares, o CBO sugere que os pacientes sejam atendidos por profissionais devidamente treinados e certificados, com conhecimento da anatomia da área periorbital e práticas de segurança específicas. É importante verificar se o profissional possui certificações válidas, experiência adequada e está associado a sociedades médicas reconhecidas.

Os cuidados incluem:

  • Assegurar que os equipamentos utilizados estejam bem configurados e calibrados.
  • Evitar a aplicação de substâncias que causem desconforto ou danos à região dos olhos.
  • Elaborar um plano de tratamento personalizado para reduzir o risco de complicações.
  • Realizar uma avaliação oftalmológica prévia para identificar condições que possam ser agravadas pelo procedimento.

Procedimentos invasivos

A Lei do Ato Médico (Lei nº 12.842/13) estabelece que apenas médicos graduados podem realizar procedimentos estéticos invasivos. O não cumprimento dessa legislação pode expor o paciente a riscos, especialmente se o profissional não qualificado não souber lidar com complicações ou não tiver acesso a suporte adequado.

Em casos de urgência, como a perda de visão após o procedimento, é fundamental encaminhar o paciente a um oftalmologista para uma avaliação imediata. O especialista pode determinar a extensão dos danos e iniciar o tratamento necessário, que pode incluir medicamentos anti-inflamatórios ou intervenções cirúrgicas.

Debate

O tema da qualificação dos profissionais para procedimentos estéticos está em discussão na 68ª edição do Congresso Brasileiro de Oftalmologia, que ocorre entre os dias 4 e 7 de setembro em Brasília.

Via Agência Brasil.

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