24 novembro 2024

Quatro acusados por chacina no bairro Taquari serão ouvidos pela justiça do Acre em outubro

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Seis foram assassinados em um casa no Taquari em 2023 — Foto: Reprodução

A Justiça do Acre marcou para o dia 17 de outubro a audiência de instrução dos quatro acusados pela chacina que deixou seis mortos no bairro Taquari, em Rio Branco, em novembro do ano passado. O crime, que chocou a capital, ocorreu há pouco mais de 11 meses, e os réus finalmente serão ouvidos.

De acordo com a decisão assinada pelo juiz de Direito Robson Aleixo, serão ouvidos os seguintes réus:

– Davidesson da Silva Oliveira, vulgo “Escopetinha”
– Denilson Araújo da Silva, vulgo “Jabá”
– Tony da Costa Matos, vulgo “Tony Barroca”
– José Weverton Nascimento da Rosa, vulgo “Raridade”

Os autos referentes ao réu Ronivaldo da Silva Gomes, vulgo “Roni”, foram desmembrados do processo principal.

Em janeiro deste ano, a Justiça aceitou a denúncia contra os cinco suspeitos, apontados como os principais responsáveis pela chacina. O grupo foi indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe e organização criminosa, conforme decisão do juiz Danniel Bomfim.

O Crime

A chacina ocorreu na noite de 3 de novembro, quando seis pessoas foram brutalmente assassinadas em uma casa na Rua Morada do Sol, no bairro Taquari. A polícia foi acionada após receber relatos de tiros através do Centro de Operações Policiais Militares (Copom). Ao chegar à cena do crime, os agentes encontraram um jovem de 18 anos sendo socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), após ter sido baleado.

Enquanto coletavam informações, a polícia foi avisada por um homem na garupa de uma moto sobre criminosos armados que haviam invadido uma casa. Ao chegar ao local, os policiais encontraram o primeiro corpo e, posteriormente, os outros cinco.

De acordo com o relato policial, “ao chegar à casa descrita, que estava com a porta da frente trancada, foi possível visualizar um corpo pela janela. Os policiais entraram pela porta dos fundos, que estava aberta, e encontraram cinco corpos adicionais, cápsulas de munição espalhadas pela casa e algumas vítimas usando balaclavas e coldres. Também foram encontrados três carregadores de pistola com munições e uma arma de fogo de fabricação caseira.”

 As Vítimas

As vítimas da chacina foram identificadas como:

– Valdei das Graças Batista dos Santos, 31 anos
– Adegilson Ferreira da Silva, 38 anos
– Luan dos Santos de Oliveira, 18 anos
– Sebastião Ytalo Nascimento de Carvalho, 18 anos
– Tailan Dias da Silva, 17 anos
– Weverton Araujo da Silva, sem idade informada

Segundo a denúncia, o crime foi motivado pela guerra entre facções que disputam o controle de território em Rio Branco. A ação foi planejada e executada por Gomes, Silva, Matos e Rosa, que surpreenderam as vítimas em uma emboscada. O plano teria sido organizado por Davidesson da Silva Oliveira, que também forneceu as armas.

Na época, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) afirmou que a chacina estava relacionada à disputa entre facções criminosas. O coordenador da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Alcino Junior, explicou que uma das vítimas era parente de um preso morto na rebelião ocorrida no presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro, em julho do mesmo ano.

“Uma das vítimas era filha de uma liderança local. Ela estava acompanhada de outros membros de sua facção, o que acabou provocando um ataque de um grupo rival. Em meio a esse conflito, houve um contra-ataque das vítimas que estavam dentro da casa, resultando em seis mortos. Quatro eram da facção que foi realizar a execução, e dois faziam parte do grupo local”, explicou o delegado.

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