23 novembro 2024

Caravana Educativa no Acre capacita técnicos e agrônomos no combate à monilíase

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Com o objetivo de fortalecer a defesa vegetal e intensificar as ações de prevenção, combate e erradicação da monilíase, o governo do Acre, através do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), iniciou na terça-feira (22/10) a II Caravana Educativa da Monilíase, em Rio Branco. A iniciativa, que conta com o apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), visa capacitar agentes de defesa agropecuária e engenheiros agrônomos da Região Norte.

A caravana faz parte do Plano de Contingência da Monilíase do Cacaueiro e do Programa Nacional de Educação Sanitária para a Defesa Agropecuária (Proesa/Mapa). Seu foco é informar as comunidades rurais sobre o manejo integrado e as estratégias de controle da praga, buscando reduzir sua incidência e garantir a sustentabilidade da produção de cacau e cupuaçu.

Alexandre Fernandes, diretor técnico do Idaf, destacou a importância da caravana: “É uma oportunidade de abordar os sintomas da monilíase, como evitar a disseminação da praga e as ações que o Idaf realiza no controle e erradicação da doença no Juruá. O setor produtivo também participa desse esforço de educação sanitária, essencial para sensibilizar mais pessoas sobre a identificação precoce dos frutos doentes e a notificação junto ao Idaf.”

As ações incluem mapeamento de cultivos, campanhas de conscientização em rádios locais, e fiscalização em pontos estratégicos, como as barreiras fixas na divisa de Cruzeiro do Sul/Tarauacá e Acre/Rondônia. Os participantes da caravana receberam treinamentos sobre métodos para evitar a propagação do fungo, como a limpeza de áreas de cultivo e o uso de variedades resistentes.

Rafael Haber, fiscal da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), ressaltou a importância da troca de experiências entre os estados: “O Pará, que produz cerca de 120 mil toneladas de amêndoas de cacau, precisa dessa capacitação para evitar a chegada da monilíase, garantindo a continuidade da produção de maneira eficaz.”

A monilíase tem causado grandes prejuízos na produção de cacau, com perdas que podem chegar a 70% em áreas afetadas, comprometendo a economia local. No Juruá, onde foi detectado o primeiro foco da praga em julho de 2021, mais de 5.000 ações de monitoramento foram realizadas em propriedades, com 72.667 frutos descartados e mais de 16.000 plantas podadas, evitando a disseminação da doença para outras regiões do Acre.

Gustavo Ferreira, chefe da Divisão de Defesa Agropecuária do Mapa, elogiou os resultados alcançados: “O trabalho do Idaf tem sido destaque nacionalmente. As caravanas promovem a socialização do conhecimento, não apenas para técnicos, mas também para produtores rurais e crianças, criando um ambiente de troca de informações e colaboração.”

O Idaf reforça a importância de notificar imediatamente qualquer suspeita de monilíase às autoridades fitossanitárias, devido ao impacto devastador que a praga pode ter nas culturas de cacau e cupuaçu.

A Caravana Educativa seguirá até sexta-feira (25/10), com uma programação de palestras, capacitações, debates e atividades práticas no campo para observar de perto os métodos de prevenção e controle da doença.

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